Editados por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2007 Sharon Kendrick. Todos os direitos reservados.
O ULTIMATO DO XEQUE, N.º 1190 - Agosto 2012
Título original: The Sheikh’s Unwilling Wife
Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.
Publicado em português em 2009
Todos os direitos, incluindo os de reprodução total ou parcial, são reservados. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Enterprises II BV.
Todas as personagens deste livro são fictícias. Qualquer semelhança com alguma pessoa, viva ou morta, é pura coincidência.
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I.S.B.N.: 978-84-687-0618-4
Editor responsável: Luis Pugni
Conversão ebook: MT Color & Diseño
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Não precisava de se afogar para ver toda a sua vida a passar-lhe diante dos olhos. Nem precisava de dormir para se sentir imersa num pesadelo. E, para ela, aquele pesadelo era o pior.
Alexa pestanejou, como quem emerge da água e vê tudo impreciso, e pensou que, se calhar, não se tratava dele. Durante um segundo, um vestígio de optimismo invadiu-a enquanto semicerrava os olhos para ver melhor o homem que passeava pela rua. Mas a esperança desapareceu ao vê-lo mais de perto e, sobretudo, quando um grupo de mulheres interrompeu a conversa que mantinha para o seguir com o olhar.
Ele caminhava como o líder que era, um homem nascido rico e cuja fortuna não parara de aumentar. Alto e deslumbrante, tinha o cabelo encaracolado, uns olhos pretos frios e uma expressão orgulhosa e altiva num rosto que era ligeiramente cruel.
A sua pele era escura, inclusive para um italiano do sul, e esse aspecto descaradamente exótico aumentara o seu halo de mistério em Nápoles, a sua cidade natal. A sua mãe era toda ela glamour, o seu pai era desconhecido.
Usava um fato cinzento-claro, feito à medida, que realçava o seu corpo musculado, e as mulheres que olhavam para ele derretiam-se à sua passagem. Uma coisa cómica, se não tivesse provocado a Alexa tal dor no coração, uma coisa que deveria ter desaparecido há anos. Também sentia um sentimento mais forte do que dor. Medo.
Humedeceu os lábios.
Giovanni... O seu marido. Ciumento, possessivo, fantasioso, idealista. Giovanni...
Ela repetiu mentalmente o nome que tinha tentado esquecer, sem sucesso. Como podia fazê-lo se ainda estavam unidos legalmente, quando ainda existiam sentimentos por esclarecer... e uma coisa mais profunda? Uma coisa tão valiosa que se... se...
Alexa engoliu em seco. Tê-la-ia visto? O seu coração parou enquanto a esperança estúpida renascia. Saberia que estava ali?
Antes de o seu olhar se fundir com o ébano dos olhos dele e de começar a atravessar a rua para a loja, ela soube que a pergunta fora desnecessária. Era claro que sabia que ela estava ali. Caso contrário, porque haveria de se aventurar o milionário de coração sinistro por uma rua tranquila britânica, em vez de passear pela sua asfixiante e ruidosa Nápoles, num carro desportivo, recebendo a saudação dos homens, o grito «Gio!», e os sorrisos das mulheres?
O que mais saberia? Teria... descoberto?
«Por favor...» Alexa agarrou-se à peça de seda que segurava. «Por favor, que não saiba...», suplicou em silêncio.
Com o sangue gelado nas veias e o coração a bater com força, Alexa sentiu as palmas das mãos húmidas e, com dedos trémulos, pousou a t-shirt que tinha dobrado. Nenhum cliente compraria um artigo tão caro se estivesse machado de suor. Humedeceu os lábios enquanto dizia a si mesma que era uma loucura antecipar acontecimentos. Esperaria até ver o que tinha vindo dizer-lhe e manteria a calma. Com tudo o que havia em jogo, não lhe restava outro remédio.
A campainha da porta tocou e ela olhou para ele nos olhos, com um sorriso forçado que esperava que parecesse uma mistura de amabilidade e curiosidade. O tipo de sorriso que a antiga esposa dedicaria a um marido que dera um novo sentido ao termo «comportamento irracional».
– Olá, Giovanni... – balbuciou, com voz trémula. – Isto é uma...
– Uma quê? – perguntou ele.
– Surpresa – ela engoliu com dificuldade.
– Ah...! Que eufemismo, cara mia! Esperavas viver o resto da tua vida sem voltares a ver-me?
– Na verdade, não tinha pensado muito nisso.
– Não acredito – disse ele, com doçura, enquanto olhava para ela com olhos brincalhões. Não tinha pensado nele? A lua deixaria de aparecer no céu antes que algo do género acontecesse. – Qualquer mulher que me tenha conhecido fica obcecada comigo... e, em muitos aspectos, tu conheces-me bastante melhor do que a maioria, visto que foste a única com quem me casei.
Mas Giovanni sabia que não fora só o compromisso legal do casamento que lhe dera tal conhecimento sobre ele. Fora um casamento muito mais forte e difícil de esquecer do que ele tinha previsto. Alexa tinha-o visto com as defesas em baixo. Tinha presenciado a sua vulnerabilidade e ensinara-lhe uma lição que ele deveria ter aprendido antes: as mulheres não eram de confiança.
– Querias falar comigo? – perguntou Alexa.
– A alternativa podia ser que tenha vindo para que me vendas roupa de mulher... Talvez para uma das minhas amantes – ele arqueou arrogantemente os sobrolhos. – O que achas?
Se ele tivesse a mínima ideia dos pensamentos loucos que lhe passavam pela cabeça... «Porque sabes que foi errado o que fizeste a este homem», pensou.
– Agora, não posso falar contigo – Alexa silenciou a voz da sua consciência, enquanto recordava as palavras duras que lhe dissera. «Tudo o que fiz foi por um motivo», pensou. – Estou a trabalhar.
– Estou a ver – ele deu uma olhadela à sua volta, com interesse fingido, embora o verdadeiro objectivo fosse dar tempo ao seu coração acelerado para se acalmar. Tinha subestimado o efeito que lhe produziria vê-la. Ou, se calhar, simplesmente esquecera-se.
Faminto, permitiu que o seu olhar se deleitasse. Usava o cabelo apanhado numa trança e vestia uma saia preta e uma blusa branca, presumivelmente o uniforme de trabalho. A saia ajustava-se às curvas suaves das ancas e a blusa de seda acariciava os seios avultados, dando-lhe o aspecto da fantasia masculina por excelência. Recatada por fora, mas ardente e faminta por dentro. Giovanni engoliu em seco.
– Continuas a ser empregada? – perguntou, ironicamente. – Ou és a dona disto?
– Não. Não é meu.
De modo que a sua sorte não tinha sofrido nenhuma mudança repentina. Nenhum amante a cobria de ouro, pensou, envolvido pela sua sensualidade inocente. Os seus olhos verde-claros podiam reflectir desde serenidade até alegria, passando por centenas de expressões. Tinha o tipo de corpo que se desejava cobrir de diamantes, para depois os retirar lentamente, um a um.
Surpreendera-o que ela não tivesse entrado em contacto com ele para obter um acordo de divórcio. Se calhar, os seus advogados tinham-na aconselhado em contrário. Três meses de casamento não gerariam uma grande pensão.
– Não pode dizer-se que tenhas progredido muito, pois não? – murmurou ele. – Empregada de uma loja num pequeno lugar afastado de onde cresceste.
– Bom, nem todos podemos ser empresários – disse ela, enquanto sorria com tranquilidade. – Escuta, Giovanni, ninguém duvida de que és o vencedor entre nós, mas, a sério, não tenho tempo para conversas – e muito menos sobre uma coisa tão dolorosa e perigosa como o passado.
– Mas não tens nenhum cliente! – exclamou ele, cinicamente. – Se eu fosse o dono disto, transformava-o radicalmente.
– Pois, felizmente para mim, não és. O que queres, Giovanni? – ela pestanejou com a esperança de que ele não tivesse percebido o tom dorido na sua voz.
Se calhar, ele queria dizer-lhe que desejava recuperar a sua liberdade. Que conhecera outra pessoa e que se apaixonara. Que se apaixonara a sério, não aquela mistura de luxúria e ilusões fantasiosas.
– Explica-mo em poucas palavras.
– Achas que vim de Itália para to explicar em poucas palavras? – Giovanni sorriu perante o tom esperançado na voz de Alexa.
Ele tinha perturbado os seus sentimentos e ela queria que deixasse de o fazer. Tentava controlar o bater do seu coração e a sensação de fraqueza, juntamente com o sentimento de culpa e tudo o resto que ele tinha despertado em poucos minutos.
– Devias ter-me avisado da tua chegada – Alexa respirou fundo. Se o tivesse feito, como teria reagido? Teria fugido para o mais longe possível, para junto de Paolo? Não podia fugir eternamente. De repente, uma sensação de terror invadiu-a. – Devias ter-me avisado! – insistiu.
Giovanni reparou nos lábios trémulos. Nem por um instante lhe tinha ocorrido que Alexa pudesse estar imune a ele, mas aquela reacção era muito interessante...
Ela mostrava-se mais nervosa do que ele tinha esperado, dadas as circunstâncias, e perguntou-se porquê. Ter-se-ia dado conta do que tinha estragado? Ou, se calhar, desejava que ele a abraçasse para a beijar, para que pudesse pressionar a sua dureza ardente contra a suavidade complacente do corpo dela e introduzir a erecção palpitante no seu interior, até que ela suplicasse que a largasse...
Os lábios sensuais de Giovanni desenharam um sorriso cruel enquanto sentia o calor no seu sexo a aumentar, mas também sentia desilusão e alguma raiva, porque os sentimentos que lhe provocava desafiavam toda a lógica.
As lembranças de engano e traição invadiram-no ao contemplar o rosto pálido. Mas também sentiu luxúria, uma ânsia sexual que não tinha satisfeito de todo. Explicaria isso a pontada repentina que tinha sentido no coração?
Os seus planos para aquele dia eram simples. O convite ardia no bolso e alimentava a ânsia de que a sua esposa acedesse aos seus desejos. Mesmo assim, a curiosidade também o tinha trazido até ali. Uma sensação de alguma coisa pendente. Uma pergunta formulada por todos aqueles cujo casamento tivesse fracassado, «e se...?»
Giovanni apertou os lábios. Era um sentimento supérfluo e ele não era um homem dado a sentimentalismos. Além disso, o que ele queria ia mais além do consentimento de Alexa para o acompanhar numa ocasião tão especial. Sim, torná-la-ia sua uma última vez. Desfrutaria do seu corpo e saciar-se-ia dela. E depois... Ele engoliu em seco. Depois, a questão pendente do seu casamento infeliz ficaria resolvida para sempre.
No interior luxuoso da loja, as luzes transformavam os cabelos de Alexa em ouro. Era um truque das luzes e do seu coração, visto que aqueles cabelos não eram de ouro, mas de uma cor estranha entre o ruivo e o dourado.
Os olhos de Alexa eram cor de pistácio e a sua pele, cor de baunilha. A primeira vez que a vira, dissera-lhe que lhe recordava um gelado e contivera a vontade de acrescentar que gostaria de a lamber inteira. Mais tarde, brincara com ela, dizendo-lhe que gostaria de afundar a sua colher nela e o rubor que lhe tinha tingido as faces em jeito de resposta tinha selado o seu destino.
Era dele. Alexa. Alexa O’Sullivan. Um nome tão fora do comum como os seus cabelos, como o seu corpo curvilíneo, pálido e de pele sedosa.
Naquele momento, parecia tão inocente como no dia em que se tinham conhecido. Mas os inocentes não mentiam, nem enganavam.
Ele tinha-se preparado para a raiva, mas não para o remorso. Por se ter casado com ela ou por se ter deixado arrastar por aqueles olhos verdes e lábios rosados para uma fantasia?
– A que horas sais? – perguntou ele, com doçura.
Por um momento, Alexa hesitou, sabendo que ele não partiria até conseguir o que queria. O mais sensato seria combinar almoçar com ele no dia seguinte, o que lhe permitiria ganhar tempo e preparar-se para uma possível batalha verbal. Mas, se o fizesse, ele não partiria, talvez inclusive se hospedasse em algum hotel próximo. E, nesse caso, Giovanni utilizaria todos os seus encantos e faria uma pergunta atrás da outra às empregadas do hotel ou, pior ainda, o seu aspecto mediterrânico incrível atrairia os olhares de todos e, no fim, acabariam por juntar as peças.
– Saio às seis horas – apressou-se a responder.
– Óptimo! – os olhos pretos de Giovanni brilharam. A primeira parte da sua missão estava resolvida. A segunda consistia em decidir onde levá-la. Para um hotel, com uma boa cama à mão? Porque não começar pelo que mais lhe interessava? O desejo curvou a sua boca num sorriso frio. – Venho buscar-te aqui.
– Não! – exclamou ela, sem conseguir conter-se. Alexa queria um território neutro, seguro. Se bem que, com Giovanni, que lugar era seguro? A força da sua presença dominava subtilmente tudo à sua volta. – A minha chefe não gosta que haja alguém aqui comigo enquanto faço a caixa – balbuciou ela. – Tenho de fazer as contas.
– Não acho que tenhas muitas contas para fazer, a julgar pela falta de clientes – disse ele ironicamente, enquanto arqueava os sobrolhos. – Terás de inventar uma desculpa melhor, cara.
– Não conseguirei concentrar-me com a tua respiração atrás de mim o tempo todo – disse ela, perante a arrogância do homem, ao supor que precisava de uma desculpa para não falar com ele.
– Não, claro – sorriu, satisfeito. – Compreendo que isso possa ser um problema. Onde nos encontramos, então?
A mente de Alexa funcionava a toda a pressa. Teria de telefonar à babysitter, mas isso não seria um problema.
Pensou em todos os possíveis lugares, procurando um que não fosse muito conhecido, mas, dado o pouco que saía, a lista de possibilidades era muito reduzida.
– Encontra-te comigo no Billowing Sail – disse ela. – A partir das seis horas. É um pequeno pub escondido num canto do porto.
– Um pub? – repetiu ele.
– Sim.
– Mas eu não gosto de pubs, Alexa – disse ele, com doçura. – Sabes disso.
– Receio que os pubs façam parte da vida inglesa – também não gostava de ter de se encontrar com um homem capaz de a alterar depois de tanto tempo. Teria de se aguentar – e não haverá nenhum café aberto depois das seis horas.
– Então, vamos jantar.
– Jantar?
– É o que as pessoas costumam fazer à noite – respondeu-lhe, sarcasticamente.
Alexa sentiu o coração a pulsar com força. Tinha a certeza de não conseguir aguentar a intimidade de um restaurante, com as suas luzes suaves e o ambiente relaxado.
– Não – ela abanou a cabeça. – Nada de jantares.
– Queres dizer que não queres jantar, que não jantas... ou que vais jantar com outra pessoa?
Durante um segundo, ela sentiu-se tentada a responder «sim», que o homem dos seus sonhos a esperava em casa com um sorriso quente e uma cama ainda mais quente. Porque a maioria dos homens daria meia volta se pensasse que ela tinha encontrado outro homem. Mas Giovanni não era a maioria dos homens e os seus ciúmes eram conhecidos. Tinham contribuído para destruir a sua relação e Alexa não se sentia com forças para suportar o reaparecimento desses ciúmes.
– Não, não vou jantar com outra pessoa, mas estou cansada – acrescentou, sem mentir. – Foi uma semana muito longa e não me ocorrem muitas coisas que tenhamos para conversar... Certamente, não o suficiente para passarmos juntos um jantar inteiro. Uma bebida deve bastar.
Durante um minuto, os seus olhares fundiram-se num duelo de vontades. Ele pensou em impor a sua vontade, mas isso só a deixaria à defesa. Alexa tinha uma coisa que ele queria, portanto, entraria no jogo dela. Além disso, em breve fá-la-ia mudar de ideias, com palavras... ou com beijos. O coração de Giovanni começou a bater com força.
– Está bem – acedeu ele. – Encontramo-nos lá pouco depois das seis horas. Ciao, bella! – depois, virou-se e dirigiu-se para a porta.
Aturdida, Alexa observou-o a partir. Sentia os joelhos fracos e quase não era capaz de assimilar que acontecera aquilo que mais receava. E apenas começara.
Ela virou-se e alcançou a caixa de lenços que guardava sob o balcão para que as clientes tirassem o batom antes de experimentarem as roupas mais caras e enxugou, furiosa, as lágrimas que não conseguiu evitar que lhe caíssem. Nem sequer se deu conta de que a porta voltou a abrir-se, até que ouviu uma voz atrás de si. Ao virar-se, viu a sua chefe, uma loira elegante de uns cinquenta anos, que olhava para ela com preocupação.
– Teri! – exclamou ela. – Estava distraída. Não me dei...
– Eu reparei. Era o teu marido, não era? – adivinhou Teri. – O garanhão italiano que se dedica a agitar as mulheres de Lymingham?
– Ex-marido – corrigiu ela, enquanto assentia e continha as lágrimas.
– Pensava que não estavam divorciados.
– E não estamos... oficialmente. Mas um divórcio não passa de um papel – disse Alexa, com amargura. – Tal como o casamento.
– Achas? – perguntou Teri, com curiosidade. – E porque é que nunca o tinha visto?
– Porque vive em Nápoles – Alexa ficou rígida, – e eu vivo aqui, e não partilhamos a nossa vida.
– Não me referia a isso, Lex – disse Teri, com doçura. – É o pai de Paolo, não é?
– Sim – sussurrou ela. Tal como supusera, a semelhança era demasiado óbvia para passar despercebida. O menino era uma cópia exacta do seu pai.
– Mas ele não sabe, pois não? – Teri semicerrou os olhos ao compreender, enquanto tapava a boca com a ponta dos dedos.
– Não.
– Alexa!
Alexa abanou a cabeça enquanto recordava as palavras amargas de Giovanni, a tortura de viver com ele depois de ouvir da boca do seu marido que não estava à altura das expectativas que ele tinha sobre como deveria ser uma mulher. Recordou as acusações ditas por ele quando ela partira da sua casa, da sua cidade e da sua vida. E recordou a sua imensa fortuna e determinação. Não, não seria estúpida ao ponto de começar a recordar o homem com quem se casara. Nem subestimaria o seu poder.
– Se ele soubesse, tirava-mo – respondeu ela. – A sério!
– Mas, como... Porquê? – perguntou Teri, confusa. – Quer dizer, por que raios aconteceu isto tudo?
Porquê? Porque os sonhos de algumas pessoas são totalmente despedaçados, enquanto os de outras se desvanecem como o fim de um filme?
Poderia contar a Teri que tinha viajado para Nápoles e que se apaixonara por uma cidade excitante e caótica junto do Vesúvio, na ilha de Capri, e das águas cristalinas do mar Tirreno. Do mesmo modo que se apaixonara por Giovanni ou, pelo menos, achava ter-se apaixonado por ele, pelo seu encanto atraente e perigoso, e pela sua determinação de a possuir, como podia alguém resistir a isso?