Portada

Editados por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.

© 2005 Susan Macias Redmond. Todos os direitos reservados.

UM OÁSIS DE PRAZER, N.º 1293 - Setembro 2011

Título original: The Sheik & the Bride Who Said No

Publicada originalmente por Silhouette® Books.

Publicado em portugués em 2011

Todos os direitos, incluindo os de reprodução total ou parcial, são reservados. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Enterprises II BV.

Todas as personagens deste livro são fictícias. Qualquer semelhança com alguma pessoa, viva ou morta, é pura coincidência.

® Harlequin, logotipo Harlequin e Bianca são marcas registadas por Harlequin Books S.A.

® y ™ São marcas registadas pela Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas que têm ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

I.S.B.N.: 978-84-9000-605-4

Editor responsável: Luis Pugni

ePub: Publidisa

Inhalt

Capitulo 1

Capitulo 2

Capitulo 3

Capitulo 4

Capitulo 5

Capitulo 6

Capitulo 7

Capitulo 8

Capitulo 9

Capitulo 10

Capitulo 11

Capitulo 12

Capitulo 13

Capitulo 14

Capitulo 15

Promoción

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Portada Noiva do rei do deserto

www.harlequinportugal.com

Capítulo 1

– Sei que casares-te com o príncipe herdeiro e ser rainha algum dia parece muito bom – disse Daphne Snowden, tentando manter a calma, – mas a verdade é muito diferente. Não sabes nada do príncipe Murat, mas garanto-te que é um homem difícil e teimoso – explicou à sua sobrinha por experiência própria. – Além disso, tem quase o dobro da tua idade.

Brittany levantou o olhar da revista que estava a ler.

– Não te preocupes tanto, tia Daphne. Não vai acontecer nada. Correrá tudo bem.

Não se preocupar com nada? Estava tudo bem?

Daphne afundou-se na poltrona luxuosa de couro do avião privado e tentou não gritar. Aquilo não podia estar a acontecer. Era um pesadelo. Não podia acreditar que a sua adorada sobrinha acedera a casar-se com um homem que nem sequer conhecia.

Fosse ou não príncipe, aquilo ia ser um desastre. Apesar de ter passado quase três semanas a suplicar a Brittany para pensar muito bem no que ia fazer, achara-se na obrigação de voltar a insistir.

– Quero que sejas feliz porque te amo – disse-lhe.

Brittany, uma adolescente alta e loira com os lindos traços da família Snowden, sorriu, contente.

– Eu também te amo. Preocupas-te demasiado. Sei que Murat é um velho, mas não importa.

Daphne cerrou os dentes. Obviamente, para uma rapariga de dezoito anos um homem de trinta e cinco devia parecer um idoso. Não era assim para ela, que só tinha cinco anos de diferença.

– Mas é bonito – acrescentou a sua sobrinha. – Além disso, tem muito dinheiro. Vou viajar imenso e vou viver num palácio – indicou, afastando a revista e olhando para os pés. – Ficavam melhor as outras sandálias?

– O que importa que sandálias calças? Estamos a falar da tua vida. Casar-te com o príncipe herdeiro não quer dizer que vás passar o dia nas compras. Vais ter responsabilidades para com o povo da Bahania, vais ter de te ocupar dos dignitários que vos visitarem, ir a muitos actos de beneficência e, é claro, ter filhos.

Brittany assentiu.

– Já pensei em tudo isso. Gosto de festas. Convidarei as minhas amigas e mexericaremos sobre, por exemplo, o que o Primeiro-ministro francês tem vestido.

– E os filhos?
Brittany encolheu os ombros.

– Suponho que, como é um velho, saberá o que temos de fazer. A minha amiga Deanna foi para a cama com o seu namorado da universidade e disse-me que era muito melhor do que com o seu namorado do liceu. A experiência conta muito.

Daphne teve de fazer um grande esforço para não sacudir a sua sobrinha. Sabia pelas numerosas conversas nocturnas que tivera com ela quando Brittany dormia em sua casa que a adolescente não tivera relações sexuais com nenhum dos seus namorados.

O que se passara? Como mudara tanto? O que acontecera àquela menina que adorava e que praticamente criara? Como era possível que se tivesse transformado naquela jovenzinha fria e sem sentimentos?

Daphne consultou o relógio. Não restava muito tempo. Assim que aterrassem e chegassem ao palácio, já não podiam voltar atrás. Uma Snowden deixara Murat praticamente plantado no altar e tinha a sensação de que Brittany não ia ter a oportunidade de pensar melhor nas coisas.

– Em que é que a tua mãe estaria a pensar? – questionou-se Daphne, em voz alta. – Como é possível que tenha dado o seu consentimento?

– A minha mãe pensa que tudo isto é óptimo – respondeu o Brittany. – Eu penso que é porque tem a esperança de que a mãe da noiva receba alguma jóia ou alguma coisa do estilo. Além disso, o facto de me casar com um príncipe é muito melhor do que o filho da tia Grace ir para Harvard quando for mais velho, não achas?

Daphne assentiu sem dizer nada.

Havia famílias cujos membros eram muito competitivos nos desportos, outras competiam com a sua situação social e económica. Na dela, o mais importante era o poder, tanto político como de qualquer outro tipo. Uma das suas irmãs casara-se com um senador que tencionava candidatar-se às eleições presidenciais e a outra casara-se com um empresário com contactos aos mais altos níveis.

Ela fora a única que escolhera um caminho diferente.

Daphne sentou-se na beira da poltrona e segurou nas mãos de Brittany.

– Adoro-te – olhando para ela nos olhos. – Gosto mais de ti do que qualquer outra pessoa no mundo. Considero-te praticamente a minha filha.

– Eu também te amo muito – respondeu Brittany, sinceramente. – Sempre me ajudaste. Mesmo mais do que a minha própria mãe.

– Então, peço-te, por favor, pensa muito bem no que vais fazer. És jovem e inteligente e podes fazer o que tu quiseres com a tua vida, podes ter tudo o que desejares no mundo. Porque queres casar-te com um homem que nem sequer conheces e viver num país onde nunca estiveste? E se não gostares da Bahania?

Daphne sabia que não era muito provável que isso acontecesse porque a Bahania era um país maravilhoso, mas estava disposta a tentar por todos os meios que a sua sobrinha repensasse sobre a sua decisão.

– Viajar não é o que tu pensas – acrescentou, antes de Brittany ter tempo para a interromper. – As viagens que fizeres serão visitas de estado em que não poderás afastar-te do protocolo. Assim que acederes a casar-te com o príncipe, não poderás encontrar-te com nenhuma amiga para ir ao centro comercial ou ao cinema.

Brittany ficou a olhar para ela muito séria.

– Não vou poder ir ao centro comercial?

– Brittany, serás a futura rainha e não poderás ir a correr comprar uma camisola aos saldos quando te apetecer.

– Porquê?
Daphne suspirou.

– Isso é o que tenho estado a tentar explicar-te. Porque já não serás tu própria. Viverás uma vida que não é tua num país estrangeiro regido por umas regras que não conheces e que terás de cumprir à risca.

Apesar do que estava a dizer, Daphne sabia que, se fosse ela que tivesse de cumprir aquelas regras, não lhe teria custado nada, mas não era ela que ia casar-se com o príncipe Murat.

– Não tinha pensado que tinha de estar todo o dia no palácio – replicou Brittany. – Eu pensava que podia apanhar um avião quando quisesse e voltar para casa para estar com as minhas amigas.

– Não, nem pensar. Viverás na Bahania. A Bahania transformar-se-á no teu lar e não poderás sair dali.

– Não sentiria saudades dos meus pais, mas de Deanna e de ti... – lamentou-se Brittany, mordendo o lábio inferior. – Eu penso que estou apaixonada pelo príncipe...

– A sério? Mas nem sequer o conheces. Estás mes mo disposta a renunciar a tudo para te casares com ele? Brittany, nunca tiveste uma relação séria. Queres mesmo virar as costas à tua vida? Queres ficar sem ir à universidade?

Brittany franziu o sobrolho.

– Não vou poder ir à universidade?

– Achas que os catedráticos vão querer ter a futura rainha na sua turma? E como fariam para te dar as notas dos exames? Em qualquer caso, não podias viver lá.

– Não, teria de estar no palácio.

– Possivelmente grávida – acrescentou Daphne.

– Eu não quero ter um filho agora! – protestou Brittany.

– E se o príncipe quiser?

– Estás a tentar assustar-me.

– É claro. Estou disposta a fazer o que for preciso para evitar que desistas da tua vida. Se me dissesses que conheceste alguém por quem te apaixonaste e com quem queres casar-te, não importaria se fosse um príncipe ou um extraterrestre, mas não foi assim. Gostaria que falássemos disto muito antes, mas a tua mãe empenhou-se em manter-me à margem e em não me informar do que estava a acontecer.

Brittany suspirou.

– Ela quer levar a sua avante.

– Daphne, vamos falar com sinceridade. Se me disseres que estás completamente convencida do que vais fazer, não direi nada, mas, se tiveres a mínima dúvida, aconselho-te a parares algum tempo para pensar bem.

Brittany engoliu em seco.

– A verdade é que não tenho a certeza de querer casar-me com ele – admitiu, num tom trémulo. – Eu adoraria que as coisas com o príncipe corressem bem, mas e o que acontecerá se não for assim? – acrescentou, com lágrimas nos olhos. – Eu quero fazer o que os meus pais querem que faça, mas tenho medo – reconheceu. – O piloto disse há um momento que íamos aterrar dentro de meia hora e já devemos estar prestes a fazê-lo. Não posso aparecer à frente do príncipe e dizer que não tenho a certeza do que vou fazer.

Daphne jurou-se que, quando voltasse para os Estados Unidos, ia ter uma conversa muito séria com a sua irmã Laurel. Como lhe ocorria pôr a sua filha numa situação como aquela?

A indignação misturou-se com alívio quando abriu os braços e a sua sobrinha a abraçou com força.

– É demasiado tarde? – perguntou-lhe a adolescente.

– É claro que não – garantiu Daphne, abraçando-a.

– Deixaste-me preocupada, sabes? Por um momento achei que ias seguir em frente com esta loucura.

– Havia coisas que me chamavam a atenção, que me pareciam muito divertidas, como, por exemplo, ter muito dinheiro e coroa e essas coisas, mas a verdade era que não gostava de ter de me casar com um homem tão velho.

– Não é de estranhar.

Em que demónios estaria a pensar Murat para querer casar-se com uma adolescente?

– Eu encarrego-me de tudo – prometeu à sua sobrinha. – Quando aterrarmos, tu nem vais sair do avião, ouves-me? Vais voltar para casa imediatamente. Eu vou ficar para falar com o príncipe.

– A sério? Nem sequer vou ter de o conhecer?

– Não. Vais voltar para os Estados Unidos como se isto nunca tivesse acontecido.

– E o que digo à minha mãe?

– Eu também me encarregarei dela.

Uma hora depois, Daphne estava sentada na parte traseira de uma limusina rumo ao Palácio Cor-de-rosa da Bahania.

Devido às muitas horas de avião, esperava encontrar a cidade perdida na escuridão, mas não foi assim porque, com a diferença horária, ali era de tarde.

Daphne sentou-se junto da janela e viu passar os lindos edifícios antigos que se misturavam com os modernos do bairro financeiro e o azul incrível do Mar Arábico, situado ao sul da cidade.

Quando há dez anos estivera lá pela primeira vez, apaixonara-se por completo pelo país.

«Não devo pensar naquilo», disse-se.

Não tinha tempo para recordar o passado. Tinha de se concentrar no que ia dizer a Murat.

À medida que os segundos iam passando, Daphne apercebeu-se de que se importava muito pouco com encontrar as palavras exactas. Assim que Brittany chegasse aos Estados Unidos, estaria a salvo das garras de Murat.

Mesmo assim, não conseguiu evitar ficar um pou co nervosa quando a limusina preta atravessou os portões de ferro do palácio.

Quando o veículo parou à frente da porta principal, Daphne respirou fundo para se acalmar. Ao fim de alguns segundos, um dos guardas abriu-lhe a porta e Daphne saiu da limusina e olhou à sua volta.

Os jardins estavam tão belos como os recordava. À esquerda estava o portão que conduzia ao jardim de estilo inglês de que sempre gostara e à direita havia o caminho que levava à praia.

À frente dela estava a guarida do leão.

Daphne disse-se que não havia motivos para recear nada, que não fizera nada de mal. Murat queria casar-se com uma adolescente com o dobro da idade dele, portanto, se havia alguém que tinha de sentir-se mal, sem dúvida, era ele.

Mesmo assim, estava nervosa, pois, há dez anos, chegara àquele palácio como a noiva de Murat para, três semanas antes do casamento, fugir sem lhe dar uma explicação.