Editado por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2014 Abby Green
© 2014 Harlequin Ibérica, S.A.
O poder da tentação, n.º 1575 - Novembro 2014
Título original: When Christakos Meets His Match
Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
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Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-687-5517-5
Editor responsável: Luis Pugni
Conversão ebook: MT Color & Diseño
www.mtcolor.es
Página de título
Créditos
Sumário
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Volta
Alexio Christakos sabia que a mãe tivera amantes durante o tempo que estivera casada com o pai, mas o que não esperava era ver aquelas pessoas no seu enterro. O caixão tinha algumas flores em cima e, à volta da sepultura, havia homens desconhecidos com os olhos humedecidos.
O pai fora-se embora há minutos, com o sobrolho franzido. Ele também não podia dizer nada, já que também tivera numerosas aventuras amorosas.
A sua relação consistira numa verdadeira guerra de desgaste. O pai tentava fazer com que a mãe sentisse tantos ciúmes como ele. E ela? Alexio tinha a sensação de que nunca teria conseguido sentir-se feliz, apesar de ter tido uma vida cheia de luxo, rodeada de pessoas dispostas a agradá-la.
Era uma mulher triste e melancólica e nunca tinham estado emocionalmente perto. Naquele momento, uma lembrança assaltou a sua memória. Uma lembrança que impedira de aflorar à superfície durante muito tempo. Ele tinha cerca de nove anos e doía-lhe a garganta do esforço que fizera para não chorar. Acabara de presenciar uma grande discussão entre os pais.
A mãe apanhara-o atrás da porta e ele perguntara:
– Porque se odeiam tanto? Porque não podem estar apaixonados, tal como deviam estar?
Olhara para ele com frieza e a falta de emoção no olhar dela fizera-o tremer. Depois, baixara-se para se aproximar dele, segurara-o pelo queixo e declarara:
– O amor não existe, Alexio. É um conto de fadas. Lembra-te disto, casei-me com o teu pai porque podia dar-me o que precisava. Isso é o mais importante. O êxito. A segurança. O poder. Não te permitas sentir emoções. Tornam-te fraco. Sobretudo, o amor.
Alexio nunca esqueceria o sentimento de vergonha que o invadira por dentro…
Sentiu que apoiavam uma mão no seu ombro e virou-se para olhar para Rafaele, o meio-irmão, que sorria. Ambos partilhavam aquela relação conflituosa com a mãe. O pai de Rafaele, um homem de origem italiana, ficara devastado depois de a mãe o abandonar, ao descobrir que perdera toda a sua fortuna.
Durante anos, Alexio e o irmão tinham mantido uma relação baseada nos ciúmes e nas discussões, mas quando Rafaele se fora embora de casa, a relação tornara-se menos problemática. Apesar de Alexio não ser capaz de superar a inveja que sentia por Rafaele por não ter tido de suportar a atenção sufocante que ele recebera do pai. Nem o fardo das expectativas que tinha postas nele. Nem a deceção por Alexio não ter querido aceitar a herança.
Afastaram-se da sepultura, pensativos. Ambos tinham uma constituição parecida. Eram altos, muito atraentes e com o cabelo escuro. E ambos tinham herdado os olhos verdes da mãe, mas os de Alexio eram mais claros e mais dourados.
Quando chegaram aos carros, Alexio decidiu brincar com o irmão para tentar acalmar o sentimento de vazio que o invadia. Percebeu que não se barbeara e comentou:
– Nem sequer te arranjaste para o enterro?
– Acordei muito tarde – indicou Rafaele.
Alexio sorriu um pouco.
– Incrível! Só estás há dois dias em Atenas… Agora, compreendo porque querias ficar num hotel e não no meu apartamento.
Rafaele ia responder, mas Alexio apercebeu-se de que ficava muito sério e semicerrava os olhos enquanto olhava para alguém que se aproximou por atrás. Virou-se para olhar e viu que um desconhecido os observava muito sério e a pouca distância. De repente, teve a sensação de que o conhecia. Era uma loucura, mas os olhos daquele homem eram de um verde atraente e…
O desconhecido olhou para a sepultura e, depois, perguntou:
– Há mais como nós?
– Como nós? A que te referes?
O homem olhou para Rafaele.
– Não te lembras, pois não?
Alexio viu que Rafaele empalidecia e perguntava:
– Quem és?
O homem sorriu com frieza.
– Sou o teu irmão mais velho. O teu meio-irmão. O meu nome é César da Silva. Vim apresentar os meus respeitos à mulher que me deu a vida… Não porque o merecesse.
Continuou a falar, mas Alexio não foi capaz de distinguir as palavras. César da Silva. Ouvira falar daquele homem. Era o dono de um conglomerado de empresas dedicadas ao setor imobiliário e ao das finanças.
Alexio não pôde conter-se e perguntou:
– Quem diabos é…?
O homem olhou para ele com frieza e Alexio apercebeu-se da semelhança enorme que havia entre eles. Poderiam ser trigémeos.
Silva estava a dizer:
– Três irmãos de três pais diferentes. No entanto, ela não vos abandonou.
O homem deu um passo em frente e Alexio imitou-o, sentindo que a raiva o invadia por dentro. Os seus rostos quase se tocaram.
– Não vim aqui para discutir contigo, irmão. Não tenho nada contra vocês.
– Só contra a nossa falecida mãe, se o que dizes é verdade.
César sorriu com amargura.
– Sim, é verdade. Que pena!
O homem rodeou-os e Alexio e Rafaele viraram-se para ver como se aproximava da sepultura. Permaneceu ali por uns minutos e, finalmente, tirou algo do bolso e atirou-o para o buraco.
Ao fim de um momento, regressou junto deles, observou-os em silêncio e dirigiu-se para um carro que esperava por ele. Entrou na parte traseira e esperou que o motorista pusesse o carro a trabalhar.
Rafaele virou-se e Alexio olhou para ele, surpreendido.
– O que…?
– Não sei – respondeu Rafaele, abanando a cabeça.
Alexio olhou para o espaço vazio que o veículo deixara e sentiu que algo frio se instalava na barriga. Sentiu-se vulnerável e recordou o momento em que pensara que a mãe permitiria que a protegesse. Não fora assim. Esquiva como sempre, mesmo desde a sepultura, conseguira demonstrar que não podia esperar que uma mulher contasse a verdade e revelasse os seus segredos. Ela tinha sempre alguma coisa para esconder. Uma coisa suficientemente poderosa para destroçar a vida de qualquer um.