Editado por Harlequin Ibérica.
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Tempo de magia, n.º 1189 - Dezembro 2015
Título original: Rescued by the Magic of Christmas
Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.
Publicado em português em 2009
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.
Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
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Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-687-7520-3
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S. L.
Página de título
Créditos
Sumário
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Se gostou deste livro…
Jake Porter comprovou se tinha tudo na mochila com movimentos mecânicos e hábeis e com um objectivo em mente. Levava o saco-cama, um detector de avalanches, uma pá e uma sonda.
Os seus dois amigos estavam perdidos em algum lugar Mount Hood, no meio de uma das piores tempestades de sempre. Jake e os outros iam subir para os procurar.
Tinha tudo pronto. Agora chegava a pior parte: esperar.
Outros membros da unidade de resgate estavam sentados no café do albergue Wy’East, comprovando também os seus equipamentos com expressões sérias e falando em voz baixa. Alguns repórteres ensonados faziam entrevistas informais enquanto bebiam café e vários fotógrafos tiravam fotografias dos preparativos.
Os flashes davam à cena um aspecto pálido e funesto, em consonância com o mau humor de Jake e o estado do tempo. No exterior, a visibilidade era quase nula. O vento uivava a setenta quilómetros por hora e a temperatura nesse momento rondava os dez graus negativos. A ameaça de gelo e o enorme perigo de avalanche classificavam a expedição a zonas mais altas como muito arriscada. Jake colaborava como voluntário na Unidade de Busca e Salvamento de Oregon Mountain há cinco anos e nunca sentira tanta impaciência por enfrentar a montanha como naquele momento.
Ele não era o único. Cada membro da equipa de resgate respondera à chamada de alerta. Só esperavam que lhes dessem luz verde para sair e subir a montanha.
Ouviu-se um transmissor quando alguém pediu equipamento adicional. Jake ajustou a correia da pá, tentando ignorar a preocupação que sentia. Estava cada vez mais nervoso. Os seus amigos já deviam ter descido a montanha. Onde diabos estariam?
Iain Garfield era um dos montanhistas mais experientes de toda a costa noroeste do Pacífico. Só tinha vinte e três anos, contudo, já tinha uma boa reputação, recebera ajuda de inúmeros patrocinadores e aparecera nas capas de muitas revistas com as fotografias das suas primeiras subidas a diferentes picos do mundo. Era capaz de escalar o Reid Headwall sozinho e até com os olhos fechados.
Fora acompanhado por Nick Bishop, o melhor amigo de Jake desde a infância, que conhecia a montanha melhor do que qualquer outro membro da unidade. Quando estudavam juntos, uma vez, Nick fizera a rota da montanha de noite e chegara às aulas na manhã seguinte para fazer um exame. Depois de se ter casado e ser pai, deixara de ser tão temerário como antes. Nick sabia que não se podia desafiar a montanha, porque a montanha nunca perdia. Precisamente por isso, e ao ver que se adivinhava mau tempo, Iain e Nick tinham abandonado a ideia de seguir pela rota mais perigosa.
Ouviu novamente os transmissores de rádio quando uma voz pediu a hora estimada de chegada num veículo para a neve. Já estava na hora. Porém, o que Jake queria na verdade era que os seus amigos entrassem no café com uma boa história para contar.
Virou-se para olhar para a porta, no entanto, só viu os dois chefes da equipa de salvamento que falavam em voz baixa.
Bolas! Jake sentiu um aperto no peito. Nick e ele tinham crescido juntos, tinham aprendido a escalar juntos e tinham entrado na unidade de resgate juntos. Tinham feito tudo juntos, ou quase tudo…
Jake engoliu em seco. Nick e Iain tinham decidido escalar a montanha para celebrar o iminente casamento de Iain com a irmã mais nova de Nick, Carly. Contudo, Jake não quisera ir, pensando que assistir ao casamento já seria o suficiente. Escalar com eles teria sido como pôr sal na ferida. Não sabia se fora o instinto que lhe dissera para não ir com eles ou se o fizera por puro egoísmo.
Sean Hughes, um dos chefes da unidade, aproximou-se de Jake e de outros membros experientes, Bill Paulson e Tim Moreno, para falar com eles.
– O plano é o seguinte. O risco de avalanche é elevado e as condições climáticas não são favoráveis. Vamos de mota até ao topo do Palmer. Quando chegarmos lá, a unidade de apoio quer um relatório completo das circunstâncias da missão para decidir se paramos por ali ou se é possível iniciar a busca.
Jake ficou tenso. No topo do Palmer, havia um edifício onde poderiam aquecer-se, reagrupar-se e esperar que o tempo melhorasse. Porém, ali sentados não conseguiriam nada.
Subiu o fecho do casaco.
– Nick não ficaria de braços cruzados se um de nós estivesse lá em cima.
– Nós também não o vamos fazer; não vamos esperar – Sean desceu a voz para que ninguém conseguisse ouvi-lo. – Quando lá chegarmos, daremos o relatório e depois continuaremos a subir até os encontrarmos.
Jake pôs a mochila ao ombro.
– Claro que sim.
Os outros dois assentiram, embora a segurança da unidade fosse o mais importante em qualquer missão. Porém, quando se tratava de alguém conhecido, o nível de risco era visto de forma diferente.
– Vamos – disse Sean.
Jake saiu do café com Sean. Tim e Bill iam atrás. Os repórteres acompanharam-nos, tirando fotografias. Os flashes pareciam relâmpagos enquanto abriam caminho através do vento forte e da escuridão até à mota. A bruma gelada embaciava os óculos de Jake e estava tanto frio que até era difícil respirar. No topo devia ser um inferno e Jake perguntou-se o que poderia ter acontecido aos seus amigos.
Se calhar, estavam feridos, ou não tinham rede ou talvez tivessem ficado sem bateria…
– Jacob.
Aquela voz de mulher foi como um bálsamo para Jake. Era uma voz suave, quente e perfeita, uma voz que lhe recordou que o coração de Carly Bishop era de Iain. No entanto, nada o impedia de se virar para admirar a bela jovem.
Embora um gorro verde cobrisse o seu lindo cabelo loiro, embora tivesse a cara corada do frio e os olhos irritados e inchados de ter chorado, para Jake, foi a melhor coisa que viu nessa manhã.
– Carly.
Reparou que um fotógrafo os observava. Qualquer jornalista quereria uma entrevista em exclusivo com a noiva e irmã dos montanhistas perdidos.
– Entra. Está demasiado frio.
Enfiou as mãos nos bolsos do seu casaco castanho, que, na verdade, era de Iain.
– Deve estar mais frio na montanha – disse ela.
– Vamos encontrá-los.
Ela respirou fundo.
– Disseram… Disseram que iam esperar até que as condições meteorológicas melhorassem.
– As condições são suficientemente boas para nós.
– Muitíssimo obrigada – tinha os olhos brilhantes de lágrimas. – Não fazes ideia do que isto significa para mim e para a minha família.
Jake sabia. Era mais unido aos Bishop do que aos seus próprios pais. Por essa razão e por outras, deixara de ver Carly como outra coisa que não fosse a irmã mais nova do seu melhor amigo. A diferença de idades também fora importante. No presente já não se notava, pois ela tinha vinte e dois anos e ele tinha vinte e seis anos, contudo, na adolescência, a diferença fora mais óbvia.
No entanto, nesse momento, Carly parecia mais jovem do que nunca. Jake queria dizer alguma coisa que a consolasse, no entanto, nem sabia por onde começar.
– Sei que as condições são más e entendo a dificuldade desta missão, mas, por favor, Jacob, peço-te que faças o que puderes… Por favor… – a emoção impediu que continuasse a falar. – Amanhã…
No dia seguinte era véspera de Natal, o dia do seu casamento com Iain.
Jake tinha o convite do casamento na porta do frigorífico da sua casa e o presente na árvore de Natal.
Carly não parava de chorar e sentiu um aperto no coração ao vê-la assim.
– Prometo-te, Carly.
Limpou-lhe as lágrimas com uma mão, porém, não se atreveu a dizer mais nada.
– Vou encontrar Nick e Iain. Hoje.
Porque, se não o fizesse, não pensava descer.