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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2007 Melissa Martinez Mcclone

© 2016 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Perder e ganhar, n.º 2154 - dezembro 2016

Título original: Win, Lose...or Wed!

Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Bianca e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.

Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-9171-5

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Prólogo

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

Capítulo 11

Se gostou deste livro…

Prólogo

 

Dois minutos.

Millie Kincaid começou a tremer. Estava na hora.

Viu o seu reflexo no espelho de parede flamejante daquela mansão em Pacific Palisades, contudo não foi capaz de reconhecer a mulher reflectida nele. O penteado, a maquilhagem e aquele elegante vestido faziam-na parecer uma princesa e não uma professora de escola de uma pequena vila em Oregon.

Sentia-se como a Cinderela, porém ela não tivera de ir a um baile para conhecer o seu príncipe encantado pois encontrara-o num programa de televisão.

O seu coração começou a bater com força. Naquela noite gravar-se-ia o último episódio, no qual, o galã, um gestor financeiro de Filadélfia chamado Jace Westfall, a faria sua para sempre.

Millie sentiu o estômago às voltas. Ainda não conseguia acreditar que chegara à final. Fora àquele casting para fazer companhia a uma amiga.

O seu pai pensava que ela não seria capaz e dissera-lhe que não estava preparada para um programa daquele tipo.

Ela perguntara-se se ele teria razão…

Contudo, mais tarde conhecera o belo galã e apaixonara-se perdidamente. Apesar de saber que encontrara a sua cara-metade, não esperava comprometer-se da noite para o dia. Ela queria passar algum tempo ao lado dele, longe das câmaras e das outras candidatas.

Como seria quando estivessem sozinhos? O amor eterno não era mais do que uma fantasia.

No entanto, no mais profundo do seu coração, sentia que o seu futuro estava reflectido nos olhos dele.

– Millie? – perguntou Avery, um jovem assistente de produção, que ajustava o microfone. – Está preparada?

– Sim.

Millie passou por cima dos cabos e dirigiu-se para o palco de madeira com um passo inseguro devido aos saltos altos que usava. Pelo caminho esqueceu-se das luzes e das câmaras.

– Estou preparada.

– Está linda – disse Avery. – Espere quando Jace a vir. Vai cair aos seus pés.

Era isso que Millie desejava.

«Nunca pensei que encontraria alguém como tu neste programa…»

As palavras de Jace fizeram com que tremesse de expectativa.

– Bom, acho que ele conhece a verdadeira Millie – disse a jovem.

Ele via além dos «exageros de Millie». Isso era o que o seu pai costumava dizer quando era uma adolescente tímida e estranha.

Jace interessava-se pelo seu trabalho como professora do ensino especial e respeitava os seus pensamentos e opiniões.

Transbordando de alegria, Millie apontou para o penteado e para o vestido.

– O resto não interessa – disse.

– Foi por isso que os espectadores votaram em si na página Web do programa. Você e Jace fazem o par ideal. Sob as luzes, lado a lado com os melhores pares da televisão. Como Trista e Ryan e Amber e Rob – Avery suspirou. – É linda, por isso aceite o elogio e agradeça.

Millie corou.

– Obrigada.

Estava realmente agradecida pelas palavras amáveis, contudo não conseguia evitar perguntar-se se a sua principal rival, uma corretora da bolsa de Nova Iorque, chamada Desiree Delacroix, também estaria bonita. A outra finalista esbanjava força, confiança em si mesma e muita sensualidade. Desiree não tinha qualquer problema em usar um míni biquíni ou apenas uma toalha à frente de Jace e das câmaras. Millie preferiria fazer algo diferente em vez de ficar em fato-de-banho na televisão e por isso escolhera Whistler, em British Columbia, como localização final, em vez de Cancún. Assim não teria de levar roupa reduzida. As duas eram muito diferentes, porém partilhavam uma atracção por Jace Westfall.

De repente, o palco ficou em silêncio e Avery ajustou-lhe o microfone da orelha.

– Está na hora.

Com os nervos à flor da pele, Millie entrou na mansão, ignorando as câmaras e a equipa de filmagem. Levantando o polegar, o apresentador do programa mostrou a sua aprovação.

Estava quase a chegar ao último cenário quando finalmente o viu. Vestia um fato preto com uma flor vermelha na lapela e estava a observá-la de uma varanda decorada com centenas de flores. Parecia mais alto e tinha um penteado muito elegante. Tal como estaria no dia do seu casamento.

Millie ficou sem fôlego.

Os olhos de Jace iluminaram-se ao vê-la. Aquele era um momento importante para os dois e Millie teve de reprimir o desejo de correr para ele e de o abraçar.

Então ele sorriu e a hesitação de Millie desapareceu. O azul do Oceano Pacífico realçava a cor dos seus olhos…

Se tivessem filhos, de que cor teriam os olhos, azuis ou verdes? Talvez fossem cor de mel.

Millie já começava a fantasiar, contudo isso era parte da atracção de Jace. Quando ele estava ao lado dela, tudo era possível. Era o que gostava mais nele.

Millie esperava que os seus filhos herdassem o sorriso de Jace, para não mencionar o seu queixo poderoso e os seus traços bem definidos.

Ele era tão doce e carinhoso… A forma como olhava para ela fazia sempre com que se sentisse amada e segura. Aquela varanda era um verdadeiro cenário do amor romântico, com flores e velas. Dos altifalantes fluía uma música de Pachelbel e uma suave brisa acariciava o cabelo de Jace.

Embora tivesse consciência de que aquela parafernália televisiva era completamente artificial, Millie deixou-se levar pela cena de sonho, pela magia do momento…

Ao aproximar-se dele, viu-se envolta num cheiro embriagante a rosas e sal do oceano. Millie queria recordar todos os detalhes para poder reviver aquele momento várias vezes. Era a maior vantagem do programa: seria uma lembrança visual do início do seu amor.

Millie parou à frente dele.

– Olá!

– Olá – ele olhou para ela dos pés à cabeça. – Estás linda.

Millie sentiu-se como uma princesa.

– Maravilhosa.

Aquelas palavras chegaram-lhe ao coração.

– Obrigada. Tu também estás maravilhoso, quer dizer, bonito.

– Millie – sem deixar de sorrir, pegou-lhe na mão. – A minha doce Millie.

O coração da jovem acelerou. Queria que a escolhesse, que a desejasse.

– Contigo as semanas passaram a voar. Foste só sorrisos e palavras carinhosas para mim. Não sei se teria conseguido sem ti.

– Também te digo o mesmo.

– Divertimo-nos tanto juntos…

Millie assentiu ao recordar o tempo que passaram juntos. E aquilo era só o princípio. Tinham o futuro todo pela frente para encher de lembranças. Uma vida inteira…

Ele olhou para as suas mãos entrelaçadas.

– Transformaste-te na minha confidente, na minha melhor amiga. Valorizarei para sempre a nossa amizade.

Um relâmpago de ansiedade percorreu o corpo de Millie. Uma relação, já para não falar de um casamento, precisava de alicerces sólidos com base na amizade.

Jace apertou as mãos dela, contudo Millie não sentiu nenhuma emoção. Ela precisava de ouvir dizer que ele a escolhia.

– Mas mereces alguém melhor do que eu, Millie.

Olhou para os olhos dele à procura de um sinal que contradissesse aquelas palavras, porém não encontrou nada excepto pena.

Então sentiu um aperto no coração e ficou sem fôlego.

– Precisas de alguém que te ame como mereces – disse Jace. – Eu não consigo fazer isso. Simplesmente… não consigo.

Queria fugir dali, porém as pernas não respondiam, portanto tentou dizer alguma coisa, mas as palavras não saíam. O que iria dizer?

«Não consigo…»

Aquelas palavras ecoavam na sua cabeça e começou a sentir o ardor das lágrimas.

– Desculpa ter-te magoado – prosseguiu Jace, com um olhar triste. – Nunca foi a minha intenção, Millie. Eu… gosto muito de ti.

Ele não a amava nem a desejava.

A verdade atingiu Millie com força e ela rodeou o estômago com os braços ao sentir uma onda de náuseas.

Jace nunca dissera que a amava. Ela sabia que também beijara Desiree, mas pensara… achara…

Contudo enganara-se. O tempo que passaram juntos, os beijos que partilharam… fora tudo mentira.

Fora uma estúpida ao deixar que a usassem daquela maneira.

«Inocente, ingénua, estúpida…»

Millie afastou-se e abandonou o cenário. Talvez um dia fosse capaz de esquecer os olhares de pena da equipa de filmagem.

«Nunca mais…»

Millie deixou a mansão e entrou na limusina. Nunca mais voltariam a fazer-lhe algo do género.