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Editados por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2007 Sarah Morgan. Todos os direitos reservados.

A PRINCESA E O XEQUE, N.º 1123 - Novembro 2012

Título original: The Sheikh’s Virgin Princess

Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.

Publicado em português em 2009

 

Todos os direitos, incluindo os de reprodução total ou parcial, são reservados. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Enterprises II BV.

Todas as personagens deste livro são fictícias. Qualquer semelhança com alguma pessoa, viva ou morta, é pura coincidência. ™ ®, Harlequin, logotipo Harlequin e Sabrina são marcas registadas por Harlequin Books S.A.

® e ™ São marcas registadas pela Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

As marcas que têm ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-1336-6

Editor responsável: Luis Pugni

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño

www.mtcolor.es

Prólogo

 

– Ajudem-me a sair desta... e façam-no depressa! – ordenou o sultão, irritado e frustrado. Então, virou-se para olhar para o grupo de homens sentados na mesma sala em completo silêncio. – O tempo está a passar e digo-vos que não vou casar-me com essa mulher!

Os homens ali reunidos ficaram consternados. Aquilo era um problema de âmbito nacional.

– Sua Excelência – começou um dos advogados, – revimos todos os estatutos e não há nenhum modo de escapar deste casamento.

– Revejam tudo outra vez! – exclamou o sultão. – Revejam outra vez e encontrem alguma coisa que possamos usar... alguma coisa que nos permita quebrar este contrato ridículo.

– Esse é o problema, Sua Excelência – replicou o advogado, nervoso. – Não há nada. O seu pai realizou o acordo com o último príncipe de Rovina há dezasseis anos, poucos meses antes da sua morte prematura. Estiveram juntos na escola e no exército...

– Não preciso que me dês um sermão acerca dos motivos pelos quais me encontro nesta situação! – gritou o sultão. – Só preciso de conselho acerca de como sair dela. E depressa.

– Não há maneira de sair desta situação, Sua Excelência. Tem de se casar com a princesa Alexandra de Rovina – disse o advogado, num tom de voz trémulo. – Talvez seja positivo...

– Achas? «A princesa rebelde»... Não é assim que se referem à mulher que tem de ser minha esposa? Desde que teve idade suficiente para ir à escola, a rapariga não deixou outra coisa senão caos atrás de si. Conduz demasiado depressa, sai até altas horas da madrugada e pensa que o sexo é um desporto olímpico. Ainda nem sequer tem vinte e quatro anos. Por favor, explica-me como é que uma mulher assim pode ser positiva para Zangrar.

Criou-se um silêncio incómodo e tenso.

– Não te ocorre nada? – incitou o sultão, enfurecendo ainda mais. – Deixem-me. Vão-se todos embora!

A sala ficou vazia numa questão de segundos. O sultão pensou que não sabia o que o deixava mais doente, se o casamento em si ou o facto de ter de se casar com uma mulher como a princesa Alexandra. Não havia nada «real» no comportamento daquela mulher e não tencionava casar-se com ela.

Ela era o tipo de mulher que teria chamado a atenção do seu pai.

Então, ouviu um pequeno barulho e virou-se. Franziu o sobrolho e viu o seu assessor principal.

– Omar?

– Sua Excelência – começou o homem, aproximando-se dele, – se me permite fazer-lhe uma sugestão...

– Se essa sugestão inclui um casamento, não te dês ao trabalho.

– É compreensível que tenha essa opinião, devido à história desafortunada do seu falecido pai.

O sultão sentiu que todos os músculos do seu corpo ficavam tensos.

– Não desejo falar sobre isso.

– Certamente, Sua Excelência, mas tem relação com a situação actual. Tem razões para estar preocupado. Os cidadãos de Zangrar não tolerarão outra mulher como a sua madrasta.

– Omar, estás a ser muito valente por escolheres este tema de conversa – declarou o sultão, respirando fundo. – Talvez me conheças desde que tinha dois anos, mas não te excedas comigo. Está a ser difícil controlar o meu aborrecimento.

– Dadas as circunstâncias, o seu aborrecimento é normal. O que conseguiu para Zangrar desde a morte do seu pai foi incrível. Deu esperança a cada cidadão e agora tem medo de perder o que conseguiu.

– E será o que acontecerá se me casar com esta mulher.

– Possivelmente. Mas precisa de uma esposa, isso não é discutível – murmurou Omar. – O povo está desejoso de que se apaixone e se case.

– Estou preparado para realizar muitos sacrifícios pessoais pelo meu país, mas apaixonar-me não será um deles. Quando chegar o momento, escolherei uma esposa que me dê filhos, mas não será uma princesa europeia louca e selvagem. O povo de Zangrar merece melhor.

– Mas a princesa Alexandra tem sangue real. Dentro de um ano, quando fizer vinte e cinco anos, o seu tio abandonará a regência e ela passará a ocupar o trono de Rovina.

– O que significará que será capaz de trazer ainda mais caos para o seu país, não é assim?

– O que significará que uma aliança entre os nossos dois países oferecerá muitas oportunidades que beneficiarão Zangrar. Comércio, turismo...

– Então, tenho de ignorar a sua reputação vergonhosa e a sua falta de dignidade?

– Diz-se que a princesa Alexandra é excepcionalmente bela.

– Valorizo mais a moral numa esposa do que qualquer atributo físico – resmungou o sultão. – Embora pareça que a minha opinião a respeito disso não importa, já que aparentemente não há maneira de quebrar este contrato ridículo que o meu pai realizou.

– Isso é verdade, Sua Excelência – concordou Omar. – Não há nenhuma maneira de quebrar o contrato.

– Omar? – perguntou o sultão, franzindo o sobrolho.

– Estudei o contrato em detalhe e é verdade que não há nenhuma possibilidade de Sua Excelência o quebrar – Omar fez uma pausa. – Mas ela pode fazê-lo.

O sultão endireitou-se.

– Estás a dizer que a princesa tem o direito de vetar este casamento?

– É verdade. Mas antes de Sua Excelência se animar demasiado com essa opção, devo dizer-lhe que o Principado de Rovina não quer mudar nada. Parece que a princesa tem vontade de se casar consigo.

– E ambos sabemos porquê – redarguiu o sultão, fazendo uma careta. – As arcas de Rovina estão vazias e a maneira como a princesa gasta dinheiro é tão lendária como o seu comportamento rebelde.

– Talvez isso explique parte do comportamento, mas não todo. Sua Excelência, é extremamente bonito e muitas mulheres desejariam casar-se consigo.

O sultão riu-se sem humor e aproximou-se da janela. Tinha consciência de que não era capaz de amar. Mas não o via como um arrependimento, já que vira o que o amor podia fazer com as pessoas.

– Tem a certeza de que a princesa tem o direito de quebrar este contrato? – perguntou.

– Sem dúvida nenhuma. A única pessoa que pode libertá-lo deste casamento é ela.

– Então, assim será – declarou o sultão, assentindo com a cabeça. – Omar, superaste-te.

– Sua Excelência, não tenho de lhe recordar que a princesa quer casar-se consigo, portanto os detalhes do contrato são irrelevantes.

– Não são irrelevantes – contradisse o sultão, arrastando as palavras. – Talvez a princesa queira casar-se comigo agora, mas com tempo e um pouco de... persuasão... tenho a certeza de que depressa perceberá que este casamento não é para ela.

– Planeia influenciar a sua decisão, Sua Excelência?

– Sem dúvida. O problema está resolvido, Omar. A princesa Alexandra vai decidir que casar-se comigo seria uma ideia muito má. Tenciono tratar disso pessoalmente – afirmou, esboçando um sorriso malicioso.