Editado por Harlequin Ibérica.
Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
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© 2016 Anne Mather
© 2018 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Atração Inesperada, n.º 1746 - abril 2018
Título original: Morelli’s Mistress
Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.
Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
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Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-9188-469-9
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.
Página de título
Créditos
Sumário
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Epílogo
Se gostou deste livro…
Luke reparou nela assim que entrou no bar.
Ela estava num banco junto ao balcão e, ao lado da sua mão, tinha um cocktail decorado com pedacinhos de fruta e um pequeno guarda-sol.
Não parecia ter bebido muito do líquido. Estava apenas ali sentada, a olhar para o espaço, ignorando as vozes altas e a música ainda mais alta que enchiam o bar repleto de gente.
– Oh, amigo, ela é uma beleza!
Ray Carpenter, que seguira Luke para dentro do bar, percebeu instantaneamente o que chamara a atenção do seu sócio. Ele passou um braço em redor dos ombros de Luke.
– Achas que está sozinha? – Ele fez uma pausa. – Não, é bonita demais para estar sozinha.
– Achas?
Luke não queria ter aquela conversa. Pela primeira vez na noite, desejou que Ray não estivesse com ele. Mas eles tinham terminado o planeamento do seu novo projeto de construção e teria sido rude não aceitar o seu convite para tomar uma bebida.
A escolha do bar fora de Ray, é claro. Luke teria preferido ir ao pub do outro lado da rua do escritório deles, em Covent Garden. Mas Ray insistira que eles mereciam uma comemoração maior, portanto ali estavam eles.
E naquele momento, a rapariga virou a cabeça e viu-os. Ou, pelo menos, Luke estava quase certo disso. Pareceu-lhe que os olhos dela apenas se viraram para os seus e, por um intenso instante, eles entreolharam-se. Luke libertou-se do braço de Ray e foi ter com a rapariga.
Ela era bonita e alta, a julgar pelas pernas longas cruzadas. Tinha um rosto oval e um nariz bastante atraente. E uma boca que devia ser o sonho da maioria das raparigas.
O cabelo era loiro prateado e ela estava a usar uma écharpe sobre uma blusa preta. A saia era curta e vermelha, os sapatos eram de salto alto.
Luke parou ao seu lado e disse rapidamente:
– Olá. Posso pagar-te uma bebida?
A rapariga, que estivera a contemplar a sala, levantou o copo, sem olhar para ele.
– Eu tenho uma bebida.
– Certo.
Luke desejou que houvesse ali um banco livre no qual pudesse apoiar-se casualmente. Mas o homem sentado ao lado da rapariga estava evidentemente embriagado, tendo em conta o número de garrafas de cerveja à sua volta.
– Estás sozinha?
Não era a pergunta mais original e a rapariga olhou para ele, séria.
– Não. Eu estou com elas. – Ela indicou um grupo de mulheres que rodopiavam à volta da pequena pista de dança. – É uma despedida de solteira.
– E tu não quiseste dançar?
– Não. – Ela mudou o guarda-sol para o outro lado do copo e bebeu. – Eu não danço.
– Não danças… ou não queres dançar?
– Não estou com vontade de dançar – retorquiu ela, concentrada no copo. – Não tens mais ninguém com quem conversar? Lamento, mas não sou uma boa companhia. – Ela fez uma careta. – Pergunta à futura noiva. Ela conta-te. Eu sou uma desmancha-prazeres.
Luke fez um sorriso irónico.
– Se tu o dizes.
Ele chamou o barman, pediu uma cerveja para si e um mojito para Ray.
– É para aquele tipo. – Luke indicou o outro homem, que já achara nova companhia. Quando a cerveja chegou, bebeu meia garrafa de um trago. – Estava a precisar disto.
A rapariga ignorou-o, mas o homem no banco ao lado arrotou alto, antes de levantar-se e sair aos tropeções. Luke sentou-se no banco vago.
– Importas-te? – questionou ele, e a rapariga, por fim, virou-se e olhou para ele.
– É um país livre – disse ela. E, como se estivesse arrependida da sua atitude anterior, acrescentou: – Graças a Deus que ele se foi embora. Achas que ele ficará bem?
– Acho que sim. – Luke sorriu, e, para sua surpresa, a rapariga retribuiu o sorriso. – Tens a certeza de que não queres outra bebida?
– Bom, talvez vinho branco. – Ela empurrou o cocktail para o lado e Luke reparou que ela usava um anel na mão esquerda. Mas no dedo do meio. – A Liz trouxe-me isto, mas não é exatamente do meu agrado.
– A Liz?
– A futura noiva. É aquela que tem orelhas de coelho e saia de bailarina sobre as calças.
Luke fez uma careta.
– Como pude não vê-la? – Quando o empregado reapareceu, ele pediu um copo de chardonnay. – A propósito, eu chamo-me Luke Morelli. E tu?
– A… Annabel – retorquiu ela, após hesitar, e Luke suspeitou que ela fosse dizer algo. O vinho chegou e ela bebeu um gole, com os olhos a brilharem de prazer. – Hum, que delícia.
Luke também achava, mas não se referia à cerveja. Há meses que não sentia uma atração tão imediata por uma rapariga. As mulheres que conhecia no seu trabalho estavam tão interessadas na conta bancária de um homem como no que ele tinha dentro das calças.
– Fala-me de ti – murmurou ele. – Trabalhas em Londres?
– Eu sou investigadora. Na universidade. E tu? – Ela observou o seu corpo magro e musculoso, o fato azul-marinho e a camisa a condizer.
Luke removera a gravata, num gesto de informalidade, mas isso era tudo.
– A tua aparência é de alguém que trabalha na Bolsa.
– Eu… trabalho para a autarquia – disse Luke, o que era quase verdade porque tinham sido contratados para construir um complexo de escritórios para a Câmara. – Lamento desiludir-te.
– Oh, não me desiludes. – Ela sorriu. – Fico aliviada. Há tanta gente que pensa que a Bolsa é terreno sagrado.
– Eu não.
– Então, o que gostas de fazer quando não estás a trabalhar? – perguntou ela, e, durante algum tempo, eles discutiram os méritos de fazer desporto e ir ao teatro. Na verdade, Luke gostava de ambas as coisas, mas era mais divertido argumentar do que concordar.
No instante em que o grupo da despedida de solteira tinha bebido o suficiente e estava demasiado cansado para vir ver o que ela estava a fazer, Abby sentia-se quase desiludida
Estava a divertir-se pela primeira vez em muito tempo. Raramente saía hoje em dia, a menos que Harry precisasse de motorista, preferindo evitar o tipo de lugares a que ele ia.
Ela conhecera Harry Laurence no casamento de uma amiga e, quando começaram a namorar, Abby sentira-se a rapariga mais sortuda do mundo. Harry fizera-a sentir-se especial, mimando-a com presentes caros, cuidando dela de um modo que, sendo filha única de um só dos pais, Abby nunca experimentara antes.
Mas, depois do casamento deles, as coisas tinham mudado. Ela percebera que a personagem que ele adotara quando outras pessoas… particularmente a sua mãe… estavam por perto era totalmente diferente do homem que ele era.
Abby aprendera, quase desde o começo, a não questioná-lo sobre a sua vida. Suspeitava que saísse com outras mulheres, mas quando o questionara, ele tivera um acesso de fúria.
Ela sabia que deveria divorciar-se. Costumava dizer-se que se algum dia ele lhe batesse, ela partiria. Mas então, há dois anos, quando Abby estava a pensar seriamente pedir o divórcio, a sua mãe adoeceu.
Annabel Lacey desenvolvera uma grave condição física que requeria cuidados 24 horas por dia. Ela precisava dos serviços profissionais de um lar de idosos confortável, que somente Harry, com o seu salário na Bolsa, poderia proporcionar.
E Abby soubera então que, até que a sua mãe estivesse bem, a sua vida ficaria em suspenso…
– Estamos a ir-nos embora – disse Liz Phillips, trazendo Abby de volta à realidade. Ela olhou para o companheiro de Abby. – Quem é este?
– Hum… este é o Luke – murmurou Abby, atrapalhada, enquanto ele se levantava educadamente do banco.
– Prazer em conhecer-te – disse Luke, sorrindo.
– Igualmente. – Liz lançou-lhe um olhar sedutor. – Bom, estamos a ir para o Blue Parrot. Vocês querem vir connosco?
– Oh… – Abby levantou-se. – Acho que não. Dou a noite por terminada, se não te importas.
Os olhos de Liz viraram-se para Luke.
– Não posso culpar-te! – afirmou ela quando uma das outras raparigas se aproximava do grupo. – Ele é lindo!
– Liz! – exclamou Abby, envergonhada, mas ela não estava a ouvir.
– Olá. Eu sou Amanda – apresentou-se a outra rapariga, ansiosamente. – Não é de admirar que Abs estivesse a esconder-te.
– Eu não fiz isso… – Abby olhou para Luke, consternada. – Acabamos de encontrar-nos.
– O que ela quis dizer foi que não sabia que eu viria – emendou Luke. – Mas, dadas as circunstâncias, tenho a certeza de que vocês entendem que eu vou levar… Abs… a casa.
– Oh, claro. Abs, sua sortuda – observou uma terceira rapariga. – Mas se algum dia precisares de um ombro para chorar…
– Não vou esquecer isso – mencionou ele, ignorando a expressão de Abby, e, após mais alguns comentários embaraçosos, o grupo de mulheres partiu.
Então, Abby olhou ansiosamente em redor.
– Porque as fizeste pensar nós estávamos juntos? – perguntou ela, baixando-se para agarrar a sua mala, que pusera sob o banco. – Nós mal nos conhecemos.
– Isso pode solucionar-se – sugeriu ele, ajudando-a a libertar a alça da mala do pé do banco. As mãos deles roçaram-se e Abby sentiu um choque elétrico subir pelo braço. – Vamos, dou-te boleia até à tua casa. É o mínimo que posso fazer. Juro que não sou um ladrão nem um pervertido.
– E poderei acreditar em ti?
Abby estudou-lhe o rosto. Liz tinha razão. Ele era lindo. Alto, com um corpo magro, musculoso, cabelo escuro e pele cor de azeitona, com olhos castanhos que, agora, a avaliavam com um tom entre o divertido e o interessante.
– Podes perguntar àquele meu amigo. – Ele apontou o companheiro.
– E ele irá contradizer-te, por acaso? – troçou Abby. Então, encolhendo os ombros, acrescentou: – Muito bem, vou buscar o meu casaco.
– Dá-me a senha e eu vou buscá-lo – argumentou Luke. E Abby, que estivera seriamente a considerar fugir pelas traseiras, emitiu um suspiro resignado.