desj995.jpg

 

HarperCollins 200 anos. Desde 1817.

 

Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2008 Ally Blake

© 2017 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Aconteceu por acaso, n.º 995 - julho 2017

Título original: The Magnate’s Indecent Proposal

Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.

Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-9170-281-8

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Capítulo Um

Capítulo Dois

Capítulo Três

Capítulo Quatro

Capítulo Cinco

Capítulo Seis

Capítulo Sete

Capítulo Oito

Capítulo Nove

Capítulo Dez

Capítulo Onze

Capítulo Doze

Capítulo Treze

Se gostou deste livro…

Capítulo Um

 

Chelsea tirava um pedaço de barro húmido da ponta do seu velho guarda-chuva enquanto se agachava sob o toldo preto e prateado do Amelie’s, o recém-inaugurado restaurante na margem sul de Melbourne.

Olhou através da enorme montra e viu que o espaço tinha algumas pessoas, todas impecavelmente vestidas com roupas de marca. Ao contrário dela, que trazia uma saia castanha pelo joelho, que tinha encontrado no fundo do roupeiro, um pouco torcida para esconder uma nódoa de champô para cães.

– Não há-de faltar muito para me livrar destas malvadas botas de salto alto – disse em voz alta. – De qualquer forma, terão joanetes antes dos quarenta.

Numa espécie de justiça perversa, as botas tremeram debaixo dela enquanto se afastava do caminho de alguns homens de fato que saíam do restaurante a gritar ao telemóvel em vez de prestarem atenção às mulheres que tinham deixado sozinhas à mesa.

Como não queria deixar a sua sorte em mãos alheias, atravessou as portas de vidro e assegurou-se que os ganchos que lhe prendiam o cabelo continuavam no sítio.

– Tem reserva? – perguntou-lhe o chefe de sala, vestido de preto dos pés à cabeça.

– O meu nome é Chelsea London – disse ela, inclinando-se ligeiramente para trás para se assegurar que ele não dava pelo cheiro a naftalina da sua roupa que tinha tirado do fundo do roupeiro. – Tenho um encontro com Kensey Hurley. É sempre muito pontual. Preferia ir por mim mesma ao seu encontro…

– Não será necessário – o chefe de sala dirigiu-lhe um sorriso frio antes de percorrer a lista com um dos seus dedos pálidos.

Assentiu com a cabeça e acrescentou:

– O seu telemóvel, por favor.

– Desculpe, não percebi? – perguntou Chelsea.

– O seu telemóvel, por favor – repetiu mais devagar. – É um incómodo para os outros comensais, por isso não os permitimos no restaurante. Deverão ter-lhe dito quando fez a reserva.

– Foi a minha irmã que escolheu este restaurante – explicou ela, apertando os lábios.

– Seja como for, terá de o deixar no bengaleiro.

Chelsea mordeu o lábio enquanto pensava no que fazer. A sua vida estava toda naquele telemóvel. A sua lista de contactos, a sua agenda, a lista das compras, o correio electrónico, o cálculo dos rendimentos que mais tarde teria de ir entregar ao banco, agora que finalmente tinha conseguido uma reunião com o responsável pelos empréstimos para expandir o seu negócio, Orgulhoso e Escovado, um cabeleireiro para animais de estimação.

Enfiou a mão na sua gigantesca mala e perguntou:

– E se eu não o tiver comigo?

O homem manteve a mão estendida.

– Está bem, pronto – respondeu Chelsea, verificando compulsivamente as mensagens antes de lho entregar. – Não poderiam limitar-se a pedir às pessoas que colocassem o telemóvel no silêncio e confiscar apenas os dos desobedientes?

– Isto aqui não é secundário, menina London. Achamos que os telemóveis são anti-sociais. Não veio aqui hoje para ser social?

– Eu vim aqui porque a minha irmã tem uns grandes olhos castanhos do mais ternurento que há aos quais ninguém é capaz de dizer que não – murmurou.

O chefe de sala entregou-lhe um talão cor-de-rosa com um número escrito a preto em troca do telemóvel e Chelsea dirigiu-se para o interior do restaurante, passando por entre as mesas cheias de pessoas com dinheiro, tempo e com vontade de socializar numa terça-feira de manhã. Caminhava decidida em direcção a Kensey quando um homem decidiu arrastar a cadeira para trás, mas quando se apercebeu já era tarde demais.

Chelsea travou, mas a sua inexperiência com botas de salto alto fizeram com que perdesse o equilíbrio sobre o tapete. Aquele movimento inclinou-a para a frente e, a partir desse momento, tudo pareceu acontecer em câmara lenta. O homem voltou-se, provavelmente alertado pelo grito que deu. Mesmo antes de cair, estabeleceu contacto visual com o seu agressor, cuja fisionomia ficou gravada no seu cérebro.

Uma dentição perfeita e impecavelmente branca. Cabelo escuro que parecia ter sido recentemente cortado. Olhos escuros e brilhantes, da cor do Pacífico antes do anoitecer.

Mas os estímulos visuais não foram capazes de impedir o normal funcionamento das leis da física. Chelsea não teve outra alternativa que agarrar-se ao casaco dele com ambas as mãos para evitar cair estatelada no chão.

Instintivamente, ele rodeou-lhe a cintura com os braços para a segurar. Chelsea ficou pendurada nele, com os seios cingidos contra o seu peito e o estômago colado à braguilha das suas calças.

– Estás bem? – perguntou-lhe, com uma voz rouca. Profunda. Colocou-lhe um dedo por baixo do queixo e levantou-lhe o rosto.

Tinha a pele tão bronzeada e os olhos tão azuis que até doía. E cheirava magnificamente, como o dia de Outono que ficava lá fora.

– Eu estou bem – assegurou Chelsea. – Um pouco embaraçada, mas pareceu que não fiz nenhum buraco no tapete com o salto das botas. Acho que podia ter sido pior.

– Pois – disse ele. – Poderia ter sido em cima do carro das sobremesas.

Chelsea sorriu, divertida.

– Já imaginaste um monte de bolos de chocolate a voarem pelos ares e a irem parar à mesa daquelas princesas emproadas?

O homem olhou pelo canto do olho para a mesa onde estavam umas mulheres que não tinham tirado os olhos dela desde que tinha entrado.

– Teria sido como um raio de sol nesta manhã tão cinzenta.

Chelsea sorriu e começou a soltar-se dele da forma mais elegante que conseguiu. Porém, quando se afastou, deu-se conta de que lhe tinha amarrotado a lapela do seu elegante casaco. Tentou alisá-la durante uns dez segundos, deslizando as mãos pelo suave tecido de lã que não ocultava o peito musculado que estava por baixo.

– Embora duvide que aguentasse mais sol do que o que tenho à minha frente agora mesmo – disse o homem com voz ainda mais profunda.

Estava tão perto dela que conseguia sentir o ar quente de cada uma das suas palavras tocando-lhe no rosto corado.

– A que é que te referes? – perguntou Chelsea.

– Nenhuma mulher caiu, alguma vez, assim tão depressa aos meus pés. Normalmente, é preciso algumas apresentações e um pouco de sedução antes de chegar à parte do sol.

Ela voltou a olhá-lo nos olhos. Profundos. Absorventes. Azuis como o céu. Era um puro charme. E dava a impressão de que tinha consciência disso. O que também queria dizer que sabia que ela não continuava agarrada a ele para se equilibrar. Por isso, parou de lhe alisar o casaco e disse-lhe:

– Queres um conselho? Da próxima vez que quiseres conhecer uma rapariga, não faças o número da cadeira. É coisa de novatos.

O sorriso do homem desvaneceu-se até não ficar mais do que um ligeiro brilho no olhar. Chelsea passou a mão pela lapela uma última vez e disse-lhe:

– Pronto, já não há vestígio das minhas mãos no teu casaco.

Ele sorriu ligeiramente e respondeu baixinho:

– Mas eu sei que elas estiveram aqui.

Aquelas palavras deslizaram pelos seus ouvidos, quentes e lânguidas. Numa pontada súbita de desejo, ocorreu-lhe que se inclinasse a cabeça um centímetro, dois no máximo, poderia confirmar se aqueles lábios sorridentes sabiam tão bem quanto pareciam.

Chelsea deu um passo atrás de uma forma tão brusca que acabou por bater na mesa. O copo do homem, que estava cheio, abanou de tal forma que entornou um pouco e teria acabado por cair se ele não o tivesse segurado a tempo. Liberta do seu aroma outonal, do seu olhar magnético e do prazer do toque do seu fato, Chelsea conseguiu escapar ao seu feitiço.

– Acho que é melhor afastar-me antes que te pegue fogo sem querer – disse-lhe.

– Não, espera – pediu-lhe ele, pousando novamente o copo na mesa.

Mas Chelsea puxou a alça da mala um pouco mais para cima e foi ter com a sua irmã, que estava ao outro lado do restaurante.

Kensey levantou-se e deu-lhe um beijo no rosto.

– Diz-me que tens o número de telefone dele – foi a primeira coisa que disse.

Chelsea colocou a mala por baixo da mesa e sentou-se. Depois, passou as mãos pelo rosto, refrescando as maçãs do rosto com as mãos frias.

– E quando é que lho devia pedir, antes de cair em cima dele ou de lhe deitar o copo ao chão?

– Com um exemplar daqueles, arranja-se sempre uma forma de o conseguir.

Chelsea baixou as mãos para olhar fixamente para a irmã.

– E diz-me isso uma mulher casada.

– Não queiras comparar o Greg com aquilo.

– Nem te ocorra tentares dizer-me que o Greg não é a melhor coisa que te aconteceu na vida.

Com o seu cabelo fino e a sua barriga proeminente, Greg não fazia exactamente o tipo de Chelsea, mas sempre que os via juntos lembrava-se que não deveria ser tão picuinhas. Kensey e Greg eram loucos um pelo outro, enquanto ela não tinha um homem com quem ir de mão dada pela rua, um homem em cujo o ombro se poderia apoiar durante um filme ou que a abraçasse enquanto dormia.

– Como é que achas que uma rapariga consegue casar nos tempos que correm? – perguntou-lhe Kensey. – Primeiro que tudo tem de se mostrar, tem de se colocar na montra.

– Eu gosto de sair – disse Chelsea. – Principalmente com homens musculados, de olhos escuros e com a dentição completa. Portanto, estou na montra.

– Sim. Com um cartaz ao pescoço a dizer: Não dar de comer ao animal. Um olhar de esguelha a outra mulher, uma espreitadela a ver se tem pés de barro e dás uma dentada na mão que te acaricia. Em comparação contigo, aquela criatura ali está na montra e com um letreiro luminoso.

Chelsea bufou e depois voltou-se para colocar o casaco nas costas da cadeira. Enquanto o fazia, olhou para o homem em questão. Estava de pé a falar com outro tipo de fato. Afastou o casaco com a mão enquanto rebuscava algo dentro do bolso das calças, deixando ver um pouco da camisa branca que lhe ficava ajustada ao peito e do qual lhe era difícil afastar o olhar.

Chelsea estremeceu-se. Tinha contacto diário com uma enorme quantidade de homens bonitos. O seu trabalho proporcionava-lhe um amplo campo de escolha. Homens simpáticos, responsáveis, que gostavam de cães e que estavam dentro da sua zona de conforto.

Tinha conhecido, nos últimos tempos, o dono de um alsaciano que era canalizador. Muito simpático. Tinha-lhe desentupido os canos da loja mas nada mais do que isso. Deixou-o escapar quando ficou a saber que gostava de apostar em corridas de galgos. Depois, apareceu o dono de um bichon frisé, pai separado que apenas tinha o cão porque o tinha herdado do divórcio, tal como os filhos de quinze em quinze dias. Deixou-o ir-se embora quando o viu emocionar-se com um anúncio de telemóveis. Depois houve ainda um consultor, com um casal de fox terrier chamado Mitsy e Bitsy. Deixou-o escapar depois de um jantar pelas razões óbvias.

Mas comparar aqueles encontros com os três minutos que passou a olhar para aqueles olhos azuis como o mar levou-a a questionar-se se o sentido de responsabilidade, o bom senso e o conforto eram assim tão importantes. Aquele homem de fato e gravata e com uma expressão sedutora faziam-na sentir chamas, electricidade, emoção e perigo sem preocupação com as consequências…

Naquele preciso momento, entrou uma mulher de cabelo escuro e brilhante, saia ajustada e uns saltos tão altos que Chelsea ficava zonza só lhe olhar para eles, colocou uma mão sobre o peito do homem e inclinou-se para lhe dizer qualquer coisa ao ouvido. Ele sorriu e disse-lhe algo que levou a mulher a agitar a mão em frente do rosto. Depois afastou-se, abanando as ancas como uma profissional. Ele ficou a observá-la durante alguns segundos e em seguida tirou a carteira do bolso interior do casaco antes de voltar a deixá-la no seu lugar.

Chelsea voltou a si, como se de repente lhe tivessem tirado uma venda dos olhos. Voltou-se para Kensey, que a estava a observar com um sorriso cúmplice.

– É um homem. Foi pelo mais fácil – insistiu Chelsea torcendo o nariz. – Não me surpreende.

– Está bem – disse Kensey, soltando um profundo suspiro. – E então, como está a correr o trabalho?

– Bem. Divertido. Duro. Não o trocaria por nada. E as crianças?

– Bem. Divertidas. É duro mas também não as trocaria por nada. Vens connosco este fim de semana para Yarra Valley? Não te esqueças que é o aniversário da Lucy.

– Claro, nem me passaria pela cabeça não ir.

– Não precisas de ir sozinha. Se quiseres levar alguém…

– Posso levar a Phyllis? Ela adora o ar do campo – disse Chelsea, referindo-se à sua empregada mais velha, uma mulher de dois metros de altura com o cabelo curto e cinzento.

– Estava a referir-me a uma companhia masculina.

– Se é assim tão importante para ti, posso tentar arranjar algum pelo caminho. Podes dizer ao Greg que lhe levo um companheiro para jogar dardos.

Kensey olhou para a mesa onde Chelsea retorcia as mãos as mãos de nervosismo.

– Descontrai-te, se faz favor. Isto é suposto ser um pequeno-almoço de comemoração.

– Ainda não me deram o crédito.

– Não te preocupes que vais tê-lo. É o tipo de negócio em que os bancos adoram meter o dente. És a dona da loja, apareceste na televisão, és mulher, reúnes todas as condições para eles quererem investir em ti.

– Sabes bem os problemas que o papá teve ao longo dos anos por causa das dívidas. Manter a Orgulhoso e Escovado com uma única loja e um investimento seguro talvez não seja assim tão má ideia.

E continuaria a ser totalmente sua. Ninguém lha poderia tirar. Embora tivesse de ser obrigada a recusar clientes sempre que aparecia na televisão ou quando aparecia nalguma revista. seguiria sendo todo seu. Algo que ninguém lhe poderia arrebatar. Embora tivesse que recusar clientes a cada vez que aparecia em televisão ou saía o negócio em alguma revista. O problema estava em ter aprendido demasiado cedo o quão desmoralizadores podiam ser os sonhos que não se tornavam realidade.

– Querida – disse-lhe Kensey, – precisas de mais dinheiro para colocar o teu guarda-roupa neste século. Se queres ter mais oportunidades para te relacionares com gente como esse bonitão, vais precisar de mais dinheiro. Se te concederem o crédito, é uma obrigação tua aceitá-lo.

Chelsea inclinou-se para a frente e sussurrou com um ar confidencial:

– Porque é que dizes isso? Achas que é um acompanhante masculino?

Kensey revirou os olhos.

– Não faço a mais pálida ideia. Mas sei que foste uma tonta em não lhe teres dado o teu número de telefone. Pelo menos podias ter-lhe dado uma palmada acidental naquele traseiro.

Chelsea reclinou-se na cadeira e pegou no menu.

– Talvez para a próxima – disse, tentando que os olhos não lhe saltassem ao ver os preços.

Quase trinta dólares por um ovo escalfado em cima de uma torrada? Que negócios tinham aquela gente para se permitir comer por aqueles preços todos os dias?

– Sabes, estava a observar-te desde que entraste? – disse Kensey.

Em vez de lhe responder, Chelsea bebeu golo da água fria de Kensey.

– E garanto-te que ele ficou a olhar-te para o rabo – continuou a irmã.

– Certamente, estava a assegurar-se de que eu não me estatelava em cima de outro cliente – disse Chelsea. – A maioria dos homens gosta de se imaginar um cavaleiro andante.

– Talvez este seja mesmo um.

– Bom, acho que é a última coisa de que eu preciso. Já me salvei a mim própria há muito tempo.

– Então, não te faria mal um pouco de acção? Há quanto tempo é que não te dás o prazer de ter uma aventura? Sem planos. Sem futuro. Sem pensar em que cão tem. Apenas nudez ardente e suada…

– Está bem, eu já o agarro.

Kensey olhou por trás do ombro de Chelsea. Ela voltou-se e viu o homem a dirigir-se para a porta como se não tivesse consciência de ter cravados nas costas os olhares de uma dúzia de mulheres. Era tão bonito que até doía.

– Uma só noite – disse Kensey. – Satisfação garantida.

Chelsea permitiu-se olhar durante mais alguns instantes aquele cabelo negro cuidado, os ombros largos e os movimentos ágeis e confiantes antes de se voltar novamente para a irmã com o rosto totalmente inexpressivo.

– Nem sequer me disse como se chamava. Acho que a nudez ardente e suada terá de ficar para outra altura.

Kensey arqueou as sobrancelhas e pegou no menu. Chelsea pensava que o assunto morrera ali até que a sua irmã disse:

– Se quiseres, podemos mudar de sítio para que o possas ver uma última vez.

– Não, deixa estar. Mas obrigada na mesma.

Além disso, a parede de espelho que estava por trás de Kensey permitia-lhe vê-lo dar uma palmada nas costas do seu amigo enquanto cruzavam as mesas dirigindo para os seus trabalhos onde não era suposto suar.

Chelsea fez um esforço para concentrar a sua atenção na irmã.

– Bom, basta de falar de mim e do meu traseiro… Está tudo bem contigo?