Editado por Harlequin Ibérica.
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28001 Madrid
© 2004 Emma Darcy
© 2016 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Resgate por amor, n.º 864 - Fevereiro 2016
Título original: The Outback Marriage Ransom
Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.
Publicado em português em 2005
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
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Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-687-7910-2
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.
Página de título
Créditos
Sumário
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
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O primeiro dia em Gundamurra
A avioneta dirigia-se para uma pista de terra. Além dos edifícios do rancho de Gundamurra, não havia mais nada, só uma paisagem deserta, interminável, com uma ou outra árvore descascada. Ric desejava ter com ele a máquina fotográfica que roubara. Ali poderia tirar fotografias lindas.
– Estamos no meio do nada! – Mitch Tyler suspirou. – Começo a pensar que cometemos um erro. Não acham?
– Não – disse Johnny Ellis. – Tudo é melhor do que estarmos fechados. Aqui, pelo menos, podemos respirar.
– O quê, areia? – gozou Mitch.
A avioneta aterrou, levantando uma nuvem de pó.
– Bem-vindos a Gundamurra – disse o polícia que os escoltava. – E se quiserem sobreviver, lembrem-se que daqui não se pode sair!
Nenhum dos três ouviu o que o homem dizia. Tinham dezasseis anos e, apesar do que a vida lhes proporcionara, estavam dispostos a sobreviver, custasse o que custasse. Além disso, Johnny tinha razão, pensou Ric. Trabalhar num rancho devia ser melhor do que um ano num reformatório. De certeza.
Ele, por exemplo, não suportava as autoridades. E esperava que o tipo que geria o rancho não fosse um tirano.
O que dissera o juiz quando os sentenciara? Algo sobre recuperar os valores morais. Um programa que lhes mostraria a realidade da vida. Por outras palavras: teriam de trabalhar para sobreviver e não roubar os outros. Mas para aquele homem era fácil dizer isso, sentado na sua cadeira, em cima do seu estrado, com o seu salário de juiz...
No entanto, no seu mundo não havia segurança. Nunca houvera. Segurança era uma palavra desconhecida no vocabulário de Ric.
Roubar o que precisava ou desejava era a única forma de o consegui-lo. E Ric desejava muitas coisas. Sim, queria ter tudo o que pudesse.
Contudo, roubar um Porsche para impressionar Lara Seymour fora uma estupidez. Perdera-a, isso era certo. Uma rapariga rica como ela nunca sairia com um tipo condenado por roubo. Sim, disso tinha a certeza.
A avioneta parou ao lado de um jipe Cherokee, conduzido por um homem muito alto, de ombros largos, com o rosto sulcado de rugas e o cabelo cinzento. Devia ter mais de cinquenta anos, mas a sua aparência era formidável. Mas, a Ric, tanto se lhe dava que o homem fosse grande ou pequeno, porque se alguma vez lhe passasse pela cabeça pôr-lhe um dedo em cima...
– Olha, John Wayne – troçou Mitch, irónico como sempre. Podia ser complicado conviver com ele.
– Mas sem cavalo – comentou Johnny, com um sorriso nos lábios. Aquele rapaz parecia ser simpático.
Seria mais fácil conviver com ele, pensou Ric. Johnny Ellis decidira, certamente, que ser afável tinha muitas vantagens, embora fosse suficientemente grande e forte para lutar com qualquer um. Tinha os olhos pardos e o cabelo loiro, que lhe caía sobre a testa.
Tinham-no apanhado a vender marijuana, embora ele jurasse que era apenas para alguns amigos músicos, que a teriam comprado em qualquer outro lugar de qualquer maneira. Fora um erro imbecil.
Mitch Tyler era um tipo muito diferente, acusado de dar uma surra a um homem que violara a sua irmã. Contudo, não dissera isso em tribunal porque, segundo ele, não queria sujar o nome de uma adolescente. Era alto, cabelo escuro, olhos azuis... a sua atitude era sempre de uma violência contida.
Ric tinha a tez bronzeada, herança dos seus avós italianos, cabelo escuro, olhos castanhos e o típico aspecto que agradava às raparigas. A qualquer rapariga. Até Lara Seymour. Porém, o aspecto físico não era tudo na vida. Tinha de ter dinheiro e as coisas que se podiam comprar com dinheiro. Era a única forma de lutar contra a diferença de classes. Sim, e ele queria ultrapassar essa diferença.
A porta da avioneta abriu-se naquele momento e o polícia disse-lhes para pegarem nas suas mochilas. Uns minutos depois, os três começariam uma nova vida, da qual não sabiam nada. Era a oportunidade de um novo começo.
A apresentação fez com que Ric ficasse um pouco tenso.
– Aqui estão os seus rapazes, senhor Maguire. Das ruas da cidade para o campo. Vamos ver se aprendem, nem que seja à pancada!
O senhor Maguire, que parecia mais velho de perto, olhou para o polícia com cara de poucos amigos.
– Aqui não fazemos as coisas assim.
Dissera-o sem levantar a voz, mas no seu tom havia uma autoridade impressionante. Aliás, aquele homem era absolutamente impressionante.
– Sou Patrick Maguire. Bem-vindos a Gundamurra. No idioma aborígene significa «bom dia». E espero que um dia pensem que o dia em que aqui puseram os pés foi, de facto, bom.
Ric pensou que não se importaria de dar uma oportunidade àquele tipo. Parecia boa pessoa apesar do aspecto autoritário.
– Como te chamas? – perguntou a Mitch.
– Mitch Tyler – respondeu ele, apertando a sua mão.
Johnny estendeu a mão também.
– Johnny Ellis. Prazer em conhecê-lo, senhor Maguire – disse, com um dos seus sorrisos encantadores.
Ric viu que ele sorria também. Não era nenhum parvo, pensou, ao sentir sobre si o sábio olhar do homem.
– Ric Donato – murmurou, apertando a sua mão. Foi um aperto quente, que apagou em parte a angústia de estar naquele lugar.
– Vamos? – perguntou Maguire.
– Eu estou pronto – respondeu Ric.
Estava disposto a comer o mundo. E a conseguir Lara.
Não conseguia tirá-la da cabeça. Talvez nunca o conseguisse. Classe, era isso que ela tinha. De momento, não podia estar à sua altura, mas está-lo-ia um dia. Sim, um dia tudo seria dele, conquistaria o mundo.
De uma forma ou de outra, chegaria onde queria chegar.