sab900.jpg

6289.png

 

Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2005 Emma Darcy

© 2016 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Inocência e traição, n.º 900 - Maio 2016

Título original: The Italian’s Stolen Bride

Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.

Publicado em português em 2006

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicadacom a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

As marcas em que aparece ® estãoregistadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-8342-0

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S. L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

Capítulo 11

Capítulo 12

Capítulo 13

Capítulo 14

Capítulo 15

Capítulo 16

Capítulo 17

Se gostou deste livro…

Capítulo 1

 

– Lembras-te de Skye… Skye Sumner…?

O facto de ouvir aquele nome dos lábios do seu irmão Roberto quase no seu último suspiro foi uma surpresa para Luciano Peretti. Porque recordava aquilo agora? Porque perdia tempo quando tinha tão pouco?

Dentro de alguns minutos, Roberto sairia da unidade de cuidados intensivos para ser transferido para uma sala de cirurgia onde poderiam ou não salvar a sua vida. Tinha cinquenta por cento de possibilidades, segundo os médicos. Os seus pais estavam na sala de espera com o padre e a mulher de Roberto, angustiados. Era uma loucura falar daquela rapariga, Skye Sumner, uma velha ferida entre os dois que Luc tentara esquecer para preservar a harmonia familiar.

– Isso são águas passadas – respondeu para evitar que Roberto se sentisse culpado. – Está esquecido.

– Não, Luc – insistiu o seu irmão, fazendo um terrível e doloroso esforço para falar. – Menti-te. Não era Skye… nas fotografias. Ela nunca esteve comigo… foi uma armadilha… para a afastar da tua vida.

Não era Skye?

Luc cerrou os dentes. Não podia ser verdade. Aquilo seria monstruoso! Porém, se não fosse verdade, porque ia Roberto fazer aquela confissão num momento tão delicado como aquele? A menos que quisesse limpar a sua consciência…

E se fosse verdade…

Os fantasmas do passado apareceram de repente. As fotografias que tinham provocado a sua ruptura com Skye… Roberto na cama com ela, a marca de nascença em forma de morango que Skye tinha na coxa, o cabelo loiro espalhado sobre a almofada, a pulseirinha de três círculos, um branco, outro cor-de-rosa e outro dourado, no seu pulso.

O seu rosto, aquele rosto lindo de olhos azuis brilhantes, os seus lábios generosos, sempre sorridentes, as covinhas fascinantes nas faces… escondidas pela cabeça de Roberto, que parecia estar a dizer-lhe algo ao ouvido.

Luc nunca duvidara que fosse Skye. O cabelo, as pernas compridas, a marca na coxa, a pulseira…

Além disso, o seu irmão confessara-lhe que tivera uma aventura com ela. Porque se privaria ele de a levar para a cama quando Skye estava mais do que disposta?

Skye ria-se com Roberto, namoriscava com ele…

Luc pensara que pelo menos se sentia bem com um membro da sua família. Até agradecera ao seu irmão que lhe facilitasse um pouco as coisas… até aquelas fotografias lhe terem aberto os olhos.

Cego por aquelas imagens, não imaginara que pudesse ser uma armadilha, não dera ouvidos aos protestos de Skye, não quisera acreditar que perdera a pulseira e que depois a encontrara milagrosamente. Não vira razão para não pensar que Skye Sumner era uma filha-da-mãe que ia para a cama com os dois irmãos Peretti.

– Porquê? – conseguiu perguntar, com a voz rouca, tentando com muita dificuldade conter a sua raiva. – Eu amava-a, Roberto.

Se o seu irmão não estivesse meio morto, deitado naquela maca, tão pálido como o lençol que o cobria, Luc teria sido capaz de o matar.

– Porquê? – repetiu, tentando perceber aquela maldade. O seu próprio irmão, a pessoa em quem mais confiava, a pessoa em quem decidira acreditar mais do que em Skye porque… porque era da sua família. – O que ganhaste tu com essa mentira? Porque destruíste o meu amor por Skye?

«Espetaste-me uma faca no coração, tão fundo que não consegui amar outra mulher.»

– O papá queria… que ela se fosse embora. Skye não era a mulher… adequada para ti. Ele queria que ficasses com… com Gaia.

Gaia Luzzani, de quem ele nunca gostara.

Gaia, com quem Roberto se casara para conseguir a aprovação do seu pai. Um casamento que o pusera à frente da empresa de construção Luzzani, o negócio perfeito para completar a imobiliária Peretti. A ironia foi que os netos tão desejados por ambas as famílias nunca tinham chegado.

Gaia tivera dois abortos até ali e se Roberto morresse…

– Eu tinha ciúmes de ti… O irmão mais velho, o filho preferido. Eu queria que o papá… confiasse em mim.

Luc abanou a cabeça sem saber o que dizer.

– Não tem importância – murmurou, fazendo um esforço.

A vida continuara. Tinham passado seis anos e seria impossível voltar para Skye. De certeza que ela nem sequer quereria olhar para ele depois da forma como a tratara.

E em frente a ele estava o seu irmão, que poderia morrer na sala de cirurgia. De que adiantaria zangar-se com ele quando sabia que o culpado de tudo era o seu pai? O seu pai, o poderoso Maurizio Peretti, sempre decidido a levar a sua avante a qualquer preço.

Luc decidiu que o importante naquele momento era que Roberto ficasse calmo.

– Lamento ter-te dificultado as coisas, Roberto. Sendo o irmão mais velho…

– Não é culpa tua.

Era doloroso ver como o seu irmão se esforçava por respirar. Ossos esmagados, ferimentos internos provocados pelo acidente de carro… era um milagre que estivesse vivo e consciente.

– Tenho de te dizer…

– Já disseste o suficiente – interrompeu-o Luc, decidido a evitar que o seu irmão sofresse inutilmente. – Não te preocupes. Falaremos disso mais tarde.

– Olha… Skye estava… grávida.

– O quê?!

Luc ficou atónito. Skye grávida… Grávida?!

No entanto, ela nunca lho dissera. Além disso, tomava a pílula.

– Como sabes?

– O padrasto dela foi falar com o papá… e tinha provas.

– Porque não veio ele falar comigo?

– Porque… porque queria dinheiro.

– E conseguiu-o?

– Sim, o papá pagou-lhe. Não sei se Skye… teve o bebé… mas é possível que tenhas… um filho nalgum lugar – respondeu o seu irmão com lágrimas nos olhos. – Eu não deixo nenhum.

– Não desistas, Roberto – encorajou-o Luc com o coração na garganta. – Não te atrevas a desistir! És o meu irmão e não quero saber o que fizeste ou deixaste de fazer, tens de escapar desta.

Roberto Peretti tentou sorrir.

– Eu gostava de… de quando éramos crianças… e tu eras o líder, Luc.

– Divertíamo-nos muito juntos, sim.

– Lamento que… que já não nos divirtamos juntos.

– Podemos continuar a fazê-lo – afirmou Luc, apertando a sua mão, tentando transmitir-lhe a sua força. – Vais ultrapassar isto, vais ver. Não tenho intenção de deixar que desapareças da minha vida, Roberto.

Os enfermeiros entraram naquele instante para o levarem para a sala de cirurgia. Luc teve de soltar a sua mão, afastar-se. Não sabia o que dizer perante aquela separação… talvez a separação definitiva.

Foi Roberto quem disse as últimas palavras:

– Procura… Skye.