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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2006 Susan Napier

© 2017 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Amantes de fim-de-semana, n.º 2223 - fevereiro 2017

Título original: Mistress for a Weekend

Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.

Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-9460-0

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

Capítulo 11

Se gostou deste livro…

Capítulo 1

 

Blake MacLeod observava com indiferença a pálida mulher que ficara paralisada e com uma expressão de horror quando, ao sair do elevador, percebeu que estava numa plataforma giratória. Mordeu o lábio e, em vez de olhar para as janelas, fixou o olhar na coluna central do restaurante da torre Sky.

Em circunstâncias normais, Blake não teria prestado atenção a uma mulher como aquela, porém, estava tão aborrecido que qualquer desculpa lhe servia de distracção. Fora àquela festa apenas porque fora convidado por uma das suas melhores clientes. Alguns anos antes teria dado qualquer coisa para estar entre algumas das pessoas mais influentes do mundo dos negócios, contudo, com trinta e três anos, há muito tempo que deixara de precisar de impressionar empresários.

Do local onde estava, vira a mulher olhar à sua volta, agarrando num guarda-chuva com força e escondida sob uma gabardina larga e húmida. O seu cabelo encaracolado emoldurava um rosto pálido cuja expressão indicava que a viagem no elevador de vidro fora uma experiência traumática.

Blake tentou adivinhar a que se devia o seu ar atemorizado. Visto que não podia ser uma intrusa, já que teria sido impossível ultrapassar a barreira de segurança que havia no hall da torre, a única resposta possível era que tinha medo das alturas, o que tornava incompreensível que tivesse aceitado um convite para o edifício mais alto de Auckland.

Uma das empregadas do restaurante aproximou-se da mulher e Blake não conseguiu evitar esboçar um sorriso ao ver a mulher entrar em actividade frenética e deixar cair no chão o guarda-chuva e a mala. Depois de os apanhar e entregar a gabardina e o chapéu à empregada com as faces vermelhas e uma expressão envergonhada, desceu os degraus com a mala no braço enquanto olhava à sua volta com uma estranha mistura de inquietação e determinação.

Blake esteve prestes a engasgar-se ao ver como estava vestida. Tinha um vestido leve sem alças, sexy e sofisticado, que não a favorecia absolutamente. Em vez de enfatizar a sua feminilidade, exagerava as suas carências, fazendo com que os seus ombros pálidos e sardentos fossem excessivamente largos e o resto do seu corpo demasiado masculino e rectilíneo. O seu rosto parecia extremamente pálido talvez por ter os olhos muito pintados. Era muito alta e portanto tinha umas pernas longas, porém, o vestido era demasiado comprido para deixar a descoberto o que Blake intuía ser o seu melhor atributo.

Ao vê-la a descer os degraus com passos hesitantes sobre os seus saltos altos, Blake pensou que parecia uma menina disfarçada de adulta. E vendo como puxava continuamente o vestido para cima, deduziu que se sentia tão incomodada como aparentava.

Não era nada o seu tipo de mulher, pensou Blake, vendo-a a tirar um copo de uma bandeja ao mesmo tempo que quase atirava os restantes para o chão e se desculpava veementemente ao empregado que lhe sorria com desdém. Depois, com um sorriso tímido e um pálido rubor nas faces, perdeu-se entre a multidão.

Blake teve a impressão de que passava grande parte do seu tempo a pedir desculpas.

Decididamente, não era o seu tipo.

Gostava de mulheres sofisticadas, bonitas e seguras de si mesmas, cosmopolitas. Mulheres que nunca se comportavam com estupidez, que nunca questionavam a sua independência e que aceitavam partir amigavelmente quando uma relação chegava ao fim.

Por algum motivo inexplicável, aquela mulher continuou a reclamar o seu interesse durante a meia hora seguinte. Como era alta e além disso estava de saltos altos, a sua cabeça era visível por cima das restantes. Ao contrário da maioria das pessoas, mantinha-se afastada das janelas.

Mesmo àquela distância, Blake percebia a tensão nos seus ombros e o ar atemorizado do seu olhar atento a um propósito definido. Parecia prestes a lançar-se sobre alguma coisa ou alguém a qualquer momento, porém, não estava claro se para travar uma batalha ou se para fugir. O que estaria a procurar entre as pessoas? Alguém que a salvasse?

Blake disse alguma coisa como resposta a um comentário da conversa em que participava distraidamente, ao mesmo tempo que se dizia que talvez a resposta ao comportamento daquela mulher fosse muito mais simples do que as suas suposições e que talvez estivesse apenas a procurar algum conhecido.

Quando olhou novamente na sua direcção, viu que trocava o seu copo vazio por um cheio. Inconscientemente, Blake susteve a respiração até que ela concluiu a troca satisfatoriamente. Em seguida, observou fascinado a forma como pisou uma mulher robusta e, ao virar-se para pedir desculpas, cravou o cotovelo no peito do seu acompanhante ao mesmo tempo que lhe salpicava vinho sobre os sapatos. Ao reconhecer aquele homem como um diplomata que lhe dificultara um negócio de exportação, Blake baixou o olhar para o seu uísque e perguntou-se com um sorriso se aquela mulher não seria uma enviada do céu para levar a cabo as suas vinganças.

Infelizmente, a ambiciosa jovem que o seduzia descaradamente encarou aquele sorriso como um sinal de aprovação e Blake viu-se obrigado a tratá-la com descortesia para desfazer o seu erro.

Quando voltou a levantar o olhar descobriu com uma leve desilusão que o seu entretenimento desaparecera. Virou-se e subitamente encontrou o olhar da estranha mulher. Estava perto de uma mesa onde serviam canapés e Blake pensou que se enganara ao assumir que as suas pernas eram o seu melhor atributo. Os seus enormes olhos pareciam ouro sob as suas pálpebras maquilhadas de verde e dominavam um rosto que não tinha nada de especial. Aqueles olhos de sereia, luminosos e quentes, rodeados de pestanas pretas, olhavam para ele naquele momento como se pudessem atravessar a sua armadura de cínica sofisticação e alcançar os lugares mais recônditos da sua alma.

Confuso, Blake sentiu uma onda de calor e apertou os dentes para manter uma expressão imperturbável debaixo daquele olhar escrutinador. Não podia acreditar que uma jovenzinha desajeitada tivesse conseguido fazer com que corasse. Virou-se bruscamente com a desculpa de que alguém lhe dirigira a palavra para desviar o olhar. Ele, que nunca rejeitava uma provocação, que enfrentara os magnatas da indústria e os homens mais ricos do mundo, não conseguira enfrentar o olhar de uma menina. Ou talvez fosse a si mesmo que não se atrevia a enfrentar.

Sem se virar para trás, soube que continuava a ser observado por aqueles olhos dourados. Sentiu um arrepio, um sinal inequívoco de perigo iminente. Felizmente, o perigo e ele eram amigos íntimos. Superá-lo era o seu ofício principal.

E o mais importante que aprendera com o tempo era que o melhor era ir na sua direcção em vez de esperar que desaparecesse.