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Editados por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2011 Shirley Kawa-Jump, LLC.

© 2014 Harlequin Ibérica, S.A.

A prova de que é princesa, n.º 1442 - Agosto 2014

Título original: The Princess Test

Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Bianca e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-5367-6

Editor responsável: Luis Pugni

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño

www.mtcolor.es

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

Capítulo 11

Capítulo 12

Capítulo 13

Capítulo 14

Volta

Capítulo 1

 

A luz dourada do amanhecer beijou a água do lago com suavidade. Uma brisa leve formou pequenas ondas e levou o cheiro dos pinheiros até à janela aberta. Carrie Santaro, sentada nela, observou o começo do dia. Desde que, há três dias, chegara e arrendara uma cabana ao lado do lago, em Winter Haven, no Indiana, dedicara todo o seu tempo livre a perder-se na tranquilidade e na paz de estar completamente sozinha. A irmã Mariabella, que vivia em Massachusetts durante metade do ano, dissera-lhe que a vida nos Estados Unidos era diferente da do castelo.

E estava certa. Naquela pequena cidade, Carrie sentia-se livre. Era ela própria, abandonara a sua condição de princesa e era simplesmente Carrie, a pessoa que passara toda a vida a tentar ser. Não tinha posto vestidos de noite nem sapatos de salto alto na mala. Enquanto estivesse ali, só usaria calças de ganga e t-shirts.

Descobriria quem realmente era e encontraria as respostas que procurara durante toda a vida. A mãe dissera-lhe que fora o que lhe acontecera quando chegara àquela cidade. E ela esperava ter a mesma sorte.

O telemóvel tocou. Carrie suspirou.

– Olá, papá!

– Carlita! – a voz do pai ecoou ao pronunciar o nome que os progenitores usavam quando queriam recordar-lhe a sua linhagem real e que devia ser uma filha dócil e uma princesa obediente.

Sempre fora rebelde. A vida da realeza sufocava-a. Tivera aulas de etiqueta, sofrera a experiência de estar num colégio interno e fora a inumeráveis eventos, fazendo o possível para se comportar como todos esperavam.

Contudo, naquele momento estava a fazer exatamente o que mais incomodava os pais. Estava disposta a viver a sua vida e a ser livre.

– Quando voltas para casa? – perguntou o pai, na língua de Uccelli.

– Acabei de chegar – respondeu ela, também na sua língua materna. – Nem sequer comecei a trabalhar.

– Tens trabalho aqui, portanto, volta.

– Já falámos disto, papá. Voltarei dentro de alguns meses. A loja de vinhos precisa de alguém para a promover. Se conseguirmos fazer com que as vendas americanas descolem...

– Precisamos de ti aqui, as tuas irmãs e todos os outros.

Desde que Allegra, a irmã do meio, se tornara rainha, os pais tinham pressionado Carrie para que adotasse um papel mais ativo na família real e nas necessidades do país. Carrie resistira. A ideia de estar rodeada de tanta pompa asfixiava-a.

– Estão bem sem mim. Mal participo nas atividades da família, por isso os meios de comunicação social não notaram a minha ausência.

Mariabella dissera-lhe que só aparecera um pequeno artigo nos jornais que dizia que a princesa Carlita fora de férias.

– Isso é porque tentamos fazer com que as tuas travessuras passem desapercebidas e com que as tuas férias sejam um segredo.

– Não são umas férias, papá, é um trabalho.

– Sei que adoras o trabalho e que achas que é o que queres fazer.

– Não acho. Sei.

– Mas já está na hora de reconheceres a tua herança e de deixares de brincar com os vinhedos e com a tua vida. Até agora, consenti que vivesses com liberdade e, de todas as minhas filhas, foste a que menos se envolveu nos deveres da família. Mas já tens vinte e quatro anos, querida, e chegou o momento de assentar e de te transformares numa verdadeira Santaro.

Assentar? Odiava a ideia de entregar a sua vida a outra pessoa para que pudesse dizer-lhe onde sentar-se, como comportar-se e o que fazer.

– Neste momento, é a última coisa que quero fazer.

– Amo-te, minha filha, mas tens um defeito.

Tinham tido aquela conversa mil vezes e Carrie não queria continuar.

– Papá...

– Estás sempre a escolher coisas novas. Querias desenhar jardins, domar cavalos, escalar montanhas e, agora, queres gerir uma loja. Quando vais assentar? Tens de ser séria.

– Sou, papá.

– Sei que tentas, mas seria melhor se encontrasses uma profissão de que gostasses.

– Já o fiz, trabalhar nos vinhedos – mas sabia que o pai tinha razão. Mudara uma dúzia de vezes de trabalho. Nunca se acomodara a nada, nem a um trabalho, nem a um homem.

– Não entendes que é difícil encontrar o nosso próprio caminho.

– Claro que entendo, querida – afirmou o pai, num tom mais suave. – Cresci na corte do meu pai. Se o meu irmão mais velho não tivesse morrido, a minha vida teria sido muito diferente. Mas não me queixo da vida que tive.

– Adoro trabalhar nas vinhas e com o vinho, papá.

– Não é um trabalho adequado para uma princesa. Volta para a universidade. Estuda Medicina ou algum curso humanitário que seja próprio da tua condição.

Noutras palavras, não podia sujar as mãos. Quando o diretor de marketing dos vinhedos anunciara, no mês anterior, que aquele seria o seu último ano porque ia reformar-se, Carrie considerara-o uma oportunidade de desenvolver um papel mais ativo na empresa. O pai não gostara da ideia. Carrie esperava que mudasse de opinião, mas estava claro que não ia fazê-lo. Com aquela viagem, queria demonstrar que podia fazer as duas coisas: ter uma profissão de que gostasse e representar a família real com dignidade.

– Papá, voltarei dentro de alguns meses – afirmou, num tom de voz firme.

– Isto é outra diversão, Carlita. Preocupa-me.

– Não tens motivos.

– Claro que tenho. Começaste três carreiras diferentes. E, agora, vais para essa cidade...

– Não fui feita para a universidade. Adoro trabalhar ao ar livre. Diz à mamã que a amo. Tenho de desligar ou chegarei atrasada. Amo-te, papá.

– Eu também te amo. Falaremos mais logo.

Carrie tomou banho, vestiu-se e conduziu cerca de quatro quilómetros até ao centro de Winter Haven. Só quando estacionou é que se apercebeu de que chegava meia hora mais cedo ao trabalho, no seu primeiro dia.

Saiu do carro de aluguer e ficou ao lado da loja de vinhos em que passara o final do verão e o princípio do outono. Passara anos a trabalhar nos vinhedos e fora promovida até chegar a assistente do diretor.

Adorara aprender a criar novos sabores e ver o produto terminado e engarrafado para o seu consumo. Nos seus estudos, experimentara diversas especialidades, antes de se decidir pela de vendas e marketing, contra a vontade do pai.

Quando começara a trabalhar nos vinhedos, demorara um ano a convencê-lo de que os vinhos de Uccelli tinham de ser vendidos nos Estados Unidos e que ela devia gerir o projeto. Quando Jake, o novo marido de Mariabella, lhe oferecera apoio para abrir uma loja de vinhos em Winter Haven, o antigo rei de Uccelli acedera finalmente.

Ao princípio, Carrie contentara-se com controlar a loja enquanto continuava em Uccelli e ajudara o diretor de vendas. Contudo, quando, ao fim das primeiras semanas, as vendas nos Estados Unidos não tinham aumentado, decidira desempenhar um papel mais ativo e fazer o que mais gostava: envolver-se e sujar as mãos. E, finalmente, pôr em prática algo do que aprendera na universidade.

Passara duas semanas numa loja de vinhos de Uccelli para aprender técnicas de venda. O pai continuava a pensar que acabaria por desistir e começar outra coisa.

No entanto, estava disposta a demonstrar o seu valor como diretora dos vinhedos e o valor dos vinhos de Uccelli no estrangeiro.

E não ia fracassar. Era simples.

Abriu a porta da loja e entrou. Quando chegou Faith, a empregada, já havia música e as luzes estavam acesas.

– Ena! – exclamou Faith, enquanto deixava a mala por trás do balcão. – Chegaste cedo!

– Estava emocionada porque é o meu primeiro dia – esclareceu Carrie, enquanto ajudava Faith a levar um cesto cheio de garrafas de vinho. A empregada, que Carrie conhecera ao chegar a Winter Haven, era uma loira alta e magra, de sorriso doce e olhos verdes. Interrogara Carrie sobre os vinhos de Uccelli durante mais de uma hora, muito contente por ter conhecido alguém com experiência direta nos vinhedos.

– É agradável trabalhar com alguém que gosta do seu trabalho – declarou Faith, enquanto voltavam a entrar na loja. – Penso que vais ser a melhor empregada que tivemos. Além disso, conheces melhor os vinhos do que ninguém.

Carrie corou.

– Obrigada.

– Vou dar uma festa ao ar livre dentro de alguns dias. Só haverá hambúrgueres e batatas fritas e será na cabana que tenho no lago, antes de começar a estar muito frio. Tens de vir e, assim, conhecerás as pessoas daqui e até um ou outro rapaz sensual para teres uma aventura de fim de verão.

– Uma aventura? Eu? – Carrie riu-se. – Não sou desse tipo.

– Pensa nisso. Estás numa situação perfeita. Só ficarás umas semanas e, depois, irás para a outra ponta do mundo. Que melhor momento para ter uma aventura?

– As princesas não fazem isso, Faith. O meu pai teria um enfarte – imaginou a cara do pai se acrescentasse um escândalo à sua lista de erros.

– Todas as mulheres merecem ter uma aventura. Se não, acabarás casada e rodeada de pirralhos enquanto te perguntas o que perdeste.

Carrie pensou na vida que a esperava. A irmã mais velha já estava casada e falava de ter filhos. A rainha ficara noiva no mês anterior. Esperava-se que ela voltasse para Uccelli, encontrasse um trabalho e um marido «adequados» e enchesse os seus dias com jantares de Estado, inaugurações e discursos que elevassem o espírito.

A ideia dava-lhe vontade de gritar. Como é que a mãe o suportara? Era por isso que recordava o tempo que passara em Winter Haven? Porque fora um período curto de liberdade?

– Irei – afirmou Carrie. Decidiu que, enquanto estivesse ali, experimentaria tudo o que pudesse. Mesmo que não tivesse uma aventura, tencionava divertir-se. Talvez fosse a sua última oportunidade.

A mãe falara dezenas de vezes daquela cidade do Indiana, em que estivera quando era muito jovem, antes de ela nascer. Passara lá um verão com um nome falso, como uma pessoa normal, não como rainha. Naquela época, os meios de comunicação social não tentavam descobrir todos os detalhes nem existia Internet, por isso Bianca passara desapercebida. Elogiara tanto aquela cidade que, quando Carrie procurara um lugar para abrir a loja nos Estados Unidos, Winter Haven fora o primeiro em que pensara. Nos poucos dias que passara ali, entendera porque a mãe a adorava. Era um lugar tranquilo e encantador e os habitantes eram acolhedores e amistosos.

E, para dizer a verdade, Carrie desejava saber o que atraíra a mãe. Quando falava de Winter Haven, a expressão adoçava-se e o olhar tornava-se sonhador.

A manhã passou a voar. Com cada garrafa que se vendia, Carrie sentia-se como se transmitisse uma parte da sua herança, uma parte de si própria, e adorava partilhar os bonitos produtos da sua terra.

– Tens um toque mágico – elogiou Faith, às onze. – Penso que nunca vendemos tanto vinho nas duas primeiras horas.

– Suponho que as pessoas queiram comprar vinho.

– Ou ficam tão deslumbradas ao conhecer uma princesa em carne e osso que compram tudo o que quiseres vender.

Carrie mencionara que era de sangue real quando lhe tinham perguntado pelo seu sotaque, que não era muito pronunciado, já que estivera vários anos em colégios britânicos.

– Devíamos aproveitar o facto de seres uma princesa. Devíamos ter um cartaz.

– Um cartaz?

– Algo discreto. Esta é uma cidade turística e os visitantes adorariam dar-se com a nobreza.

Carrie hesitou.

– Não sei. Penso que será melhor não o fazer.

– Venderíamos muito. Não é isso que queres? Que a loja seja um êxito?

Exposto assim, Carrie não achou motivos para se negar. E não era engraçado que o que mais odiava na vida se transformasse numa arma para conseguir o que queria?

Olhou para as calças de ganga descoloridas e para a t-shirt com o logótipo da loja.

– De uma coisa tenho a certeza.

– Do quê?

– Não serei a princesa que esperam.

– Isso faz parte do teu encanto – declarou Faith, com um sorriso.

Carrie agarrou no quadro onde se indicavam as ofertas do dia na montra.

– Onde está o giz?

 

 

O cartaz foi milagroso. Quando se espalhou a notícia de que Carrie estava na loja, as vendas quadruplicaram. O facto de Carrie ser muito sociável era perfeito para os turistas. Faith estava muito contente com o aumento de vendas do negócio e começou a dizer que teriam de contratar alguém a tempo parcial. Todos os dias, Carrie voltava para a cabana do lago, satisfeita e orgulhosa do trabalho realizado.

Talvez, ao verificar como contribuíra para a venda dos vinhos de Uccelli nos Estados Unidos, o pai se apercebesse de que fora feita para aquele trabalho.

– Importas-te que vá almoçar mais cedo hoje? – perguntou Faith, na quinta-feira. – Lamento ter de te pedir isto, mas a minha mãe e a minha irmã vieram e quero almoçar com elas.

– Vai, tenho tudo controlado – olhou para a caixa registadora, que fora a sua cruz desde o começo. Conseguira fazer tudo na loja, exceto usar a caixa. Não importava que botão pressionasse, enganava-se sempre.

– Se alguma coisa correr mal, anota as vendas e, depois, podemos revê-las juntas. E lembra-te de que este é o botão que abre a caixa – afirmou, enquanto pressionava um botão verde.

– Está bem, entendido.

Quando Faith se foi embora, Carrie tirou o pó das prateleiras enquanto alguns clientes deambulavam pela loja. Numa delas estava o seu vinho preferido, um pinot com notas de cítricos e amêndoas.

Sentiu-se orgulhosa. Tinha cuidado dos vinhedos, selecionado as uvas e lidado com as máquinas que transformavam o fruto em sumo.

Na etiqueta representava-se o castelo da família, com a fachada de pedra que contrastava com a paisagem rústica e a costa rochosa.

A campainha da porta tocou e Carrie virou-se. Na ombreira, havia um homem alto e de constituição atlética. A ligeira ondulação do cabelo curto e escuro acentuava o ângulo do queixo. Uns óculos de sol escondiam o resto das feições e davam-lhe um ar misterioso. Usava umas calças de ganga e uma camisa ligeiramente amarrotadas.

Carrie sentiu uma pressão no peito e obrigou-se a concentrar-se no seu trabalho em vez de nele.

– O que deseja?

Ele apontou para o quadro que havia na montra.

– Procuro a princesa.

Carrie sorriu e pensou que não era assunto dela se o tipo se sentisse dececionado ao verificar que não era uma diva com diadema.

– Sou eu.

Ele arqueou uma sobrancelha.

– A menina?

– Sim – estendeu a mão. Habituara-se a apresentar-se como princesa nos dias anteriores, mas, naquele momento, hesitou antes de o fazer, porque se interrogou como o jovem atraente reagiria. – Sou Carlita Santaro, a terceira filha dos reis de Uccelli, que é onde se cultivam as uvas e se engarrafa o vinho.

Ele tirou os óculos. Os olhos dele eram tão azuis que a fizeram pensar no mar do seu país. Quando lhe apertou a mão com força e firmeza, ela pensou no que Faith lhe dissera sobre ter uma aventura. O tipo era tudo o que uma mulher podia desejar. Era alto, moreno, bonito e de voz profunda. E o melhor de tudo era que não tinha aliança.

– Desculpe, esperava alguém mais... formal.

Ela riu-se.

– Para o caso de não saber, uma princesa não usa todos os dias um vestido comprido e um diadema.

– Certo – soltou-lhe a mão e procurou um cartão no bolso da camisa. Deu-lho. – Daniel Reynolds. Trabalho como produtor e jornalista no Inside Scoop. Eu gostaria de fazer uma reportagem sobre a menina e a loja.

– Uma reportagem? Para o telejornal?

– Bom, o programa que produzo não é exatamente informativo, mas de entretenimento.

Carrie quase lhe pediu para se ir embora. Baixara a guarda, porque se tratava de outro abutre.

Afastou-se dele sem agarrar no cartão.

– Não, obrigada – dirigiu-se para uma idosa que entrara na loja enquanto falavam e começou a explicar as ofertas de vinho branco.

– Não faço parte dos paparazzi – defendeu-se, enquanto a seguia.

Carrie não lhe fez caso e continuou a falar com a senhora.

– Esta reportagem podia dar notoriedade à loja – afirmou ele.

– Deixe-me recomendar-lhe este pinot. É mais seco do que o riesling – tentou agarrar na garrafa, mas antes de tocar nela, Daniel pôs-lhe o cartão na mão. Ela virou-se. – Estou a tentar fazer o meu trabalho.

– E eu estou a tentar fazer o meu. Por favor, pense na minha proposta.

– Penso que não o farei – agarrou no cartão, rasgou-o e atirou os bocados ao chão. – Não me interessa o que tenha para me dizer. Nem agora nem nunca. Vá torturar outra pessoa – e virou-se para a cliente. Respirou fundo quando ouviu que a porta da loja se fechava.