Editado por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2007 Marion Lennox
© 2014 Harlequin Ibérica, S.A.
A mulher mais maravilhosa, n.º 1117 - Outubro 2014
Título original: His Miracle Bride
Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.
Publicado em português em 2009
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
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Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-687-5859-6
Editor responsável: Luis Pugni
Conversão ebook: MT Color & Diseño
Blake, Connor, Sam, Darcy, Dominic, Nikolai e Pierce. Os seus filhos auto-suficientes. Ruby olhou para os homens e suspirou. Por mais que tentasse, não entendiam. A sua prenda no dia do seu septuagésimo aniversário era uma prova do seu fracasso.
Mas os seus filhos eram maravilhosos. Pestanejou para evitar as lágrimas e tentar ver o lado bom. Estavam todos a marcar a diferença no mundo. Já só restava a lembrança dos rapazes desamparados que salvara dos maus-tratos.
O barão de Loganaich falava da inauguração do seu lar para crianças desfavorecidas. Pedira conselho a Ruby, antiga directora do Pais de Acolhimento da Austrália, e ela apoiara com entusiasmo a ideia de criar um lugar onde as crianças pudessem assentar e desfrutar.
Mas Ruby queria fazer mais do que dar conselhos. Pedira aos seus rapazes para contribuírem com a sua experiência e com fundos. Tinham aceitado sem hesitar. Naquele dia, tinham chegado de diferentes partes do mundo para a inauguração e tinham aproveitado a ocasião para lhe dar o seu presente.
O seu aniversário fora na semana anterior. Disseram-lhe que não o tinham esquecido, mas que sabiam que odiava as reuniões familiares. Ruby pensou, com tristeza, que não era ela que as odiava, mas os seus rapazes. Face a qualquer coisa emotiva, fugiam.
O castelo de Dolphin Bay era uma ideia familiar. Naquele momento, o barão de Loganaich e a sua esposa, lorde Hamish e lady Susan, partilhavam o palco, acompanhados pelos filhos, amigos, cães, empregados... Tinham decido criar uma coisa em que acreditavam e o júbilo de partilhar uma ideia e de pertencer a uma família tão unida sentia-se no ar.
O discurso do barão acabou. Toda a família se abraçou. Ruby olhou com tristeza para os seus filhos de acolhimento.
O seu presente fora tão inesperado como surpreendente. A escritura de umas águas-furtadas em Sidney com uma das vistas mais maravilhosas do mundo.
«Mas quem quiser ficar contigo durante mais de duas semanas precisará da nossa aprovação», disseram-lhe. «Vamos proteger-te de ti própria. É hora de parares de acolher os vagabundos do mundo».
Pensou, com tristeza, que não entendiam. Uma lágrima caiu pelo seu rosto enrugado. Lutara por eles e todos tinham triunfado, mas à sua maneira. Perguntou-se se os seus rapazes conseguiriam o ela queria para eles: triunfar no amor.
Pierce viu as suas lágrimas e aproximou-se para lhe dar a mão. Com trinta e seis anos, era um arquitecto brilhante, magro e curtido, mas, para ela, seria sempre o rapaz faminto e maltratado que salvara várias vezes.
Pierce contribuíra mais do que qualquer outro, desenhando as reformas das divisões do castelo sem custos. Sabia que gostara de fazer o trabalho, mas continuava a parecer distante.
Perguntou-se onde estava o bebé cuja existência descobrira naquela manhã. Casara-se, mas a sua esposa morrera e ele cuidava do bebé. Era a primeira notícia que tinha a respeito disso e só porque ouvira Pierce a falar com um dos seus irmãos de acolhimento e, depois, tivera de se explicar.
– O que se passa, Ruby? – perguntou ele.
– Estou confusa. Desejava uma família a sério para ti.
– Tenho uma – ele sorriu.
– Um bebé que deixas com uma governanta? Nem sequer me deixas conhecê-lo.
– O bebé não é meu e tu já fizeste o suficiente.
– Quero ajudar.
– Não, nem pensar – Pierce era um profissional que controlava o mundo e ela era uma idosa fraca. Muito querida, mas já velhinha. – Precisas de descansar.
– Tenho todo o tempo do mundo para descansar – sussurrou ela. – Mas agora... só quero viver.
Olhou para os seus rapazes, para os seus homens maravilhosos.
Nenhum deles sabia viver. Fracassara.