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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2000 Annette Broadrick

© 2018 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Três noites no paraíso, n.º 431 - setembro 2018

Título original: Marriage Prey

Publicado originalmente por Silhouette® Books.

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-9188-791-1

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Créditos

Capítulo Um

Capítulo Dois

Capítulo Três

Capítulo Quatro

Capítulo Cinco

Capítulo Seis

Capítulo Sete

Capítulo Oito

Capítulo Nove

Capítulo Dez

Capítulo Onze

Capítulo Doze

Epílogo

Se gostou deste livro…

Capítulo Um

 

 

 

 

 

Los Angeles, Califórnia

Fins de Março

 

Steve Antonelli espreguiçou-se, vagamente consciente de que tinha algo de estranho.

Colocou a almofada sobre o seu rosto e tentou retomar o sonho erótico. Todas as noites, nos últimos dois meses, sonhava sempre a mesma coisa, desde que tinha regressado de Los Angeles, após ter passado as férias naquela ilha exótica. O sonho trazia-o de volta ao seu paraíso tropical e a todas as suas recordações.

Mas o sonho não continuou. Havia uma claridade invulgar no quarto, que estava normalmente escuro, com as pesadas cortinas sempre corridas. Ainda não devia ter amanhecido, pensou.

E, mesmo que já fosse de dia, não precisava de levantar-se. Estava de folga.

Após aqueles dias maravilhosos vividos na ilha, as poucas semanas de regresso ao trabalho como detective da homicídios na LAPD, tinham sido suficientes para que ele voltasse à realidade. E não só durante o dia. Agora, até mesmo os seus sonhos eram perturbados com aquilo.

Embora ainda estivesse meio a dormir, Steve sabia que não corria qualquer perigo. O sofisticado sistema de alarme que tinha mandado instalar no condomínio não deixaria escapar a presença de um possível invasor.

Então, o que seria aquela claridade? Steve lastimou-se, atirou a almofada para o lado e deitou-se de costas, com o lençol enrolado nas pernas. Afastou os cabelos do rosto e abriu os olhos. De súbito, mal viu o que estava à sua frente, sentou-se dando um salto na cama.

Estavam três homens perto de si, um de cada lado e um terceiro posicionado aos pés da cama. Os três tinham as pernas ligeiramente afastadas e mantinham os braços cruzados sobre o peito. Eram fortes, possuíam ombros largos e usavam calças de ganga com cintos de fivelas prateadas e enormes, que bem podiam ser usadas como armas. Os três homens tinham o olhar severo e uma expressão nos rostos que, por momentos, deixaram Steve intranquilo.

Bem, talvez tenha ficado intranquilo por mais do que um simples momento. Aqueles homens pareciam mesmo três vingadores numa missão.

– Onde está a…? – começou ele a dizer, estendendo-se um pouco para agarrar a pistola que nunca deixava fora do alcance da sua mão. Não estava lá.

O homem da direita levantou então a pistola, que tinha escondida atrás de si, e respondeu assim à pergunta antes de a colocar de volta ao lugar onde a tinha tirado.

Agora, Steve sentia-se mesmo completamente despido. Estar sem roupas era uma coisa. Estar sem a sua arma era outra.

– Quem são vocês?

O homem que estava aos pés da cama e que parecia mais velho e um pouco mais tranquilo do que os outros dois, continuou a olhá-lo em silêncio. Até que perguntou:

– Tu és o Steve Antonelli?

– E como foi que vocês entraram aqui? – Steve exigiu saber isso, em vez de responder à pergunta.

O homem olhou para o companheiro à esquerda.

– Jim deu um jeito no sistema de alarme. Para quê tanta sofisticação? Estamos impressionados.

Steve levou as mãos ao rosto. Estava com os cotovelos apoiados nos joelhos. Estaria a sonhar? Seria aquilo uma espécie de castigo pelo sonho erótico? Esfregou então o rosto e, lentamente, ergueu os olhos.

Os três homens continuavam no mesmo lugar, em silêncio, como caçadores que observam a sua presa. Steve suspeitou ser ele a presa.

Nenhum dos três fez qualquer movimento ameaçador na sua direcção, mas de certeza não estavam ali para lhe vender cosméticos Avon. Apesar das circunstâncias, Steve não se sentia ameaçado.

– Querem dizer-me quem são e o que estão a fazer aqui?

– Só quando nos confirmar se de facto é Steve Antonelli – respondeu o mesmo homem.

– Claro que sou Steve. Vocês podiam ter confirmado isso na minha caixa de correio. Agora digam quem são e o querem de mim.

Os três homens trocaram olhares entre si, antes de se virarem para Steve. O porta-voz deles então disse:

– Estamos aqui para convidá-lo pessoalmente para o casamento da nossa irmã, na próxima semana, no Texas.

Agora sim, ele tinha a certeza absoluta de que aquilo era apenas um sonho.

Um bando de estranhos, surgido assim do nada, acordavam-no às… Steve verificou as horas no relógio,… às seis da manhã, e ainda tinham a audácia de o convidar para o casamento de uma mulher qualquer, no Texas? Só podia ser um sonho.

Deixou-se cair novamente na cama e virou-se de costas, enterrando a cabeça na almofada.

– Alguém apague a luz ao sair, por favor – pediu.

Dali a pouco,quando acordasse, teria mesmo de comentar com Ray aquele sonho, o mais ridículo dos sonhos de toda a sua vida. Ia encontrar-se com ele mais tarde, para um delicioso pequeno-almoço no seu restaurante favorito, na Sunset Boulevar, mas tinha ainda duas horas para dormir antes de se levantar.

– Boa tentativa – disse alguém perto dos seus pés. – Estamos aqui justamente para nos certificarmos de que não vai perder o casamento. Que tal começar a vestir-se para partirmos?

Steve abriu os olhos apenas o suficiente para ver as pernas do homem junto da cama. Aquele sonho parecia estar lentamente a transformar-se num pesadelo. Os homens continuavam ali.

Steve tornou a sentar-se e afastou o lençol para o lado, sem se dar ao trabalho de cobrir a própria nudez.

– Com licença, meus senhores – disse, o mais educadamente possível, e caminhou para a casa de banho, batendo com a porta atrás dele.

Recostou-se no lavatório e olhou para o espelho.

Porque teria um sonho assim tão bizarro? Passou a mão pela face àspera pela barba ainda por fazer e, então, lentamente, endireitou-se, analisando o seu próprio reflexo no espelho.

O seu corpo ainda apresentava um bonito bronzeado, sinal da recente passagem pela ilha tropical. Alisou o abdómen firme e coçou levemente o peito. Três semanas de férias na praia tinham sido suficientes para ele organizar as suas ideias, descansar um pouco e habituar-se a fazer três refeições por dia. Tinha voltado para casa pronto para voltar a encarar a vida real.

E agora, como parte dessa rotina tinha de se encontrar com Ray dentro de algumas horas, para colocarem os assuntos da semana em dia. Com um leve sacudir da cabeça, Steve abriu a torneira e esperou que o chuveiro aquecesse um pouco, antes de entrar debaixo do forte jacto de água para acordar de vez.

Depois do banho, enxugou-se, fez a barba, lavou os dentes e penteou os cabelos. Por fim, estava pronto para tratar com algum desprezo aquela alucinação matinal e encarar, por fim, o seu dia.

Abriu a porta da casa de banho e entrou no quarto, dirigindo-se ao roupeiro. A meio do caminho, parou e olhou em torno do quarto.

Os três homens estavam ombro a ombro numa linha direita entre ele e a porta.

Fosse o que fosse que estivesse a acontecer, definitivamente não se tratava de um sonho. De qualquer modo, tinha mesmo de lidar com aquela maluquice.

– Desisto – disse, atirando as mãos para o ar. – Quem vos contratou para virem até aqui? Foi Ray? Se foi ele, confesso que jamais pensei que tivesse tanta imaginação, mas tenho de admitir que é mesmo bom. Vocês os três parecem ter saído de uma cidade do velho Oeste. Só faltam as armas e os cinturões de balas à cintura.

O homem que parecia o líder do grupo olhou para os outros dois.

– Será que este palhaço está a querer fingir que não conhece a Robin?

Steve olhou para ele com os olhos arregalados.

– Robin? Vocês referem-se a Robin McAlister?

Os três homens disseram que sim com a cabeça.

– Ainda bem que a sua memória está a melhorar – disse aquele que se chamava Jim.

– Não há nada de errado com a minha memória. O que eu não estou a entender é o que vocês têm a ver com Robin.

– Muita coisa. Somos irmãos dela… – disse o terceiro homem, aquele que nada tinha dito até então. –… e estamos aqui para nos assegurarmos que vai estar presente na cerimónia de casamento já na próxima semana… uma vez que é o noivo!