Editado por Harlequin Ibérica.
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© 1998 Diana Hamilton
© 2018 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Vestida de vermelho, n.º 418 - novembro 2018
Título original: The Bride Wore Scarlet
Publicado originalmente por Harlequin Enterprises, Ltd.
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
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Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-1307-160-2
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.
Créditos
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Epílogo
Se gostou deste livro…
Annie Kincaid desejava que Rupert a levasse a casa. Mal podia esperar para sair daquele lugar. Normalmente adorava festas, mas aquela causara-lhe dores de cabeça.
O barulho era um mero rumor face à música alta a que estava habituada, logo não era esse o problema. Nem sequer a música suave de Vivaldi, o burburinho das conversas, o riso ocasional e bem modulado eram os responsáveis pela dor das suas têmporas.
Ajeitou os cachos loiros que lhe tinham escapado do penteado que ela elaborara a tanto custo. Notou que alguns ganchos caíam sobre o belo tapete persa.
– Deverias cortá-lo, aderindo ao estilo mais curto, tão na moda – dissera Rupert um dia. – Assim, pareces sempre despenteada.
Apenas mais uma crítica entre tantas. A lista de censuras já tinha proporções monstruosas.
Na noite anterior, tinham estado no apartamento ultramoderno de Rupert, em Marylebone, decorado com móveis de couro e soalho de madeira.
Sentaram-se à mesa para saborear a comida entregue por um restaurante das proximidades. Annie comentara casualmente sobre crianças, tentando iniciar um assunto comum a todos.
– Adoraria ter uma família grande. Bem – emendara ao ver o noivo franzir a testa, – no mínimo três filhos. Nunca tive irmãos ou irmãs e, após a morte dos meus pais, fui criada pela minha tia solteira, a única parente restante. A minha tia Tilly achava que as crianças raramente deviam ser vistas e nunca, eu quero dizer nunca mesmo, ouvidas!
O seu comentário, um reflexo puro da solidão e da falta de amor da infância, tivera o propósito de apagar aquele franzir de testa.
Mas, como se ainda fosse possível, a carranca no rosto bem-apessoado intensificou-se.
– Sê sensata, Annie. Quantos anos tens, vinte e quatro? Precisas de pensar na tua carreira…
– Secretária – interrompeu-o, para óbvio desprazer dele. – Sou apenas uma secretária.
Não queria ser uma mulher de carreira. Gostaria sim de ser mãe, a responsável por cuidar de uma família numerosa e feliz.
– Poderias ir mais longe… – considerara Rupert, – se tentasses. Caso saísses do lugar em que trabalhas e te mudasses para uma empresa mais bem estruturada, actuando como assistente pessoal de um homem com um cargo importante.
Incentivado pelo silêncio resignado de Annie, apressara-se a prosseguir.
– A propósito, há uma vaga para secretária no departamento de pesquisas do banco. Poderia conseguir-te uma entrevista, até mesmo interferir para que fosses escolhida. Tenho alguns contactos. Trabalha com garra e conseguirás uma posição muito melhor. A única coisa que te mantém onde estás é a tua postura diante da vida.
Rupert servira-lhe mais vinho. Será que pensara que isso a acalmaria e a tornaria mais fácil de ser convencida?
– Se trabalharmos depois do casamento, em pouco tempo poderemos ter um património considerável. Não pretendo tornar-me num mártir, perdendo as coisas boas da vida e preocupando-me com mensalidades escolares e contas por pagar. Pensa nisso. Aceita o trabalho no banco, é a chave para uma vida melhor.
Annie manteve-se calada e Rupert, vendo a sua expressão de tristeza, tentara complementar o sermão.
– E quanto ao outro assunto – encolhera os ombros, ignorando as necessidades de Annie, – pretendo esperar pelo menos quinze anos antes de considerar a hipótese de formar uma família.
Ele empurrara levemente o copo na direcção de Annie através do tampo de vidro da mesa, com a ponta dos dedos. E sorrira de modo charmoso. O mesmo sorriso que a deixara sem fôlego, quando o vira pela primeira vez, há alguns meses.
A noite anterior não fora agradável. Na verdade, o relacionamento entre eles não estava a correr bem há já algumas semanas e essa era a causa responsável pela dor de cabeça de Annie naquela noite.
Suspirando, lembrou-se do modo como reagira àquela conversa. Dissera-lhe que não queria trabalhar num banco até ter quarenta anos. E dissera que, se ele generosamente só lhe permitisse ter um filho quando alcançasse tal idade, então certamente ela já estaria a receber uma pensão de aposentadoria, antes de a criança ter acabado a educação básica.
Não queria ser uma mulher de carreira de cabelo curto só porque era moda.
Chamara-o chauvinista e diversos outros nomes que nem julgava conhecer.
E não estaria ao lado de Rupert na festa daquela noite, se ele não lhe tivesse telefonado durante o expediente para o emprego que ele tanto desprezava e não se tivesse praticamente desmanchado em desculpas.
– Relativamente a ontem à noite, bem, Annie, sinto muito. Não devia ter feito prevalecer o meu ponto de vista sobre o teu. Amo-te exactamente como és, mesmo quando perdes a cabeça. Sugiro que conversemos calmamente sobre este mal-entendido. Depois da festa, poderíamos ir até ao meu apartamento para conversarmos com sensatez.
Ficara tão furiosa com ele, a perguntar-se se o noivado teria sido um erro terrível, que se esquecera da festa que o chefe do departamento de Rupert estava a oferecer aos seus funcionários para celebrar a chegada da aposentadoria.
Annie perguntou-se se o noivo se teria importado de lhe pedir desculpas, se não precisasse da companhia dela para aquela festa.
E obteve a resposta, quando o ouviu dizer:
– Edward convidou todos os funcionários, do nível executivo, é claro, e as suas acompanhantes. Esposas, na maior parte. Não seria muito bom para a minha carreira não comparecer. Como todos sabem do nosso noivado, certamente esperam encontrar-te a meu lado. O executivo superintendente valoriza casamentos estáveis e acho que noivados também.
Ela não se importava com a opinião do tal executivo, quem quer que fosse. Mas preocupava-se com Rupert. Caso decidissem que o noivado fora um engano, nada faria para prejudicar as suas perspectivas de carreira. Sabia como era importante para ele ser bem sucedido profissionalmente.
Por isso mantivera-se calada diante do comentário de Rupert sobre tirar a tarde de folga para irem comprar um vestido novo para ela.
– Algo sofisticado em vez das roupas ousadas que normalmente usas. Um vestido que faça jus à tua figura, é claro, mas sem ser espalhafatoso.
Por isso, para bem de Rupert, ela concordara em estar pronta às oito horas. Ele iria buscá-la ao apartamento que Annie dividia com a sua melhor amiga, Cathy, na Earl’s Court.
E, naquele momento, desejava nunca ter ido à festa. Queria que Rupert a levasse dali para fora.
Ninguém conversava com ela e a maior parte dos convidados parecia decididamente entediada. Algumas mulheres lançavam a Annie olhares de desaprovação. Ela queria sentar-se com Rupert e discutir o futuro deles em privacidade.
Desorientada, pegou, de modo ausente, em mais um copo de vinho branco oferecido por um empregado vestido de branco que circulava pelo salão.
Rupert abandonara-a poucos minutos após terem chegado à festa, preferindo obviamente conversar sobre negócios com os colegas.
Ou talvez tivesse algo a ver com o vestido que usava. A escolha fora uma pequena rebeldia da sua parte, mas algo importante para ela.
Já tinha vestido a capa, quando Rupert aparecera para a ir buscar, e provavelmente sentira-se demasiado lisonjeado pela sua inusitada pontualidade, julgando que Annie tivera o cuidado de não o aborrecer. Nem se preocupara em saber o que estava a usar por debaixo da capa.
Será que a sua teimosia em usar algo que lhe agradasse a ela mesma e não a Rupert fora a responsável pelo modo como a estava a ignorar?
Apreciava usar seda escarlate, o seu tecido favorito. O decote era farto, expondo boa parte da pele nua e dando a impressão de que a qualquer momento os seus seios se libertariam. Algo que outras mulheres, parecendo vestidas com uniformes, jamais ousariam fazer.
O profundo tom de vermelho dava-lhe vida. Os cabelos loiros contrastavam com os olhos azuis emoldurados por sobrancelhas e pestanas naturalmente loiras.
Ela lutara durante horas com o cabelo, mas os fios rebeldes escapavam da enormidade de ganchos que ela e Cathy tinham colocado.
Era raro a melancolia invadir o seu estado de espírito. Tomou um longo gole do vinho, em parte para ter algo para fazer e também para se consolar.
Sentiu-se levemente zonza e recordou-se de que não comera nada desde a leve salada ao almoço.
Onde estaria Rupert?
Olhou o grupo de pessoas que ocupava a imensa sala de estar do lar Hampstead. Procurou a figura alta e de ombros largos de Rupert.
Praticamente todos os homens vestiam fatos escuros. Uns mais gordos, outros mais baixos, ninguém muito alto.
Era difícil ver através da atmosfera cheia de fumo. Além disso, grupos de convidados dispersavam-se para se juntar a outros e os olhos de Annie pareciam não estar acurados como de costume. Subitamente ficou tudo desfocado, o que em nada a ajudava a localizar o noivo.
Teria de ir ver um oftalmologista, ou as luzes estavam realmente fracas? Talvez tivesse bebido mais do que deveria.
O que quer que fosse, precisava desesperadamente de encontrar Rupert e recuperar a sensação de alegria por realmente fazer parte da vida de alguém; a alegria que experimentou quando ele a pediu em casamento.
E então Annie localizou-o. Avistou a figura alta e elegante aproximar-se das janelas que alguém deveria ter aberto para melhorar a ventilação e sair rapidamente para os terraços.
Colocou o copo vazio sobre uma pequena mesa e começou a caminhar pela sala apinhada, esbarrando acidentalmente com uma mulher muito magra que levava um vestido preto de seda, um colar de pérolas e uma máscara de desdém.
Annie sorriu, pediu desculpas profusamente e seguiu o seu caminho, tendo apenas um propósito: encontrar Rupert. Queria dizer que lamentava as coisas desagradáveis que lhe dissera na noite anterior.
Ele certamente não tinha tentado mudar a sua personalidade. Não dissera que a amava exactamente como era?
Talvez, se conseguisse persuadi-lo de que a constante busca de falhas nela estava a arruinar o seu relacionamento, pudessem voltar aos eixos. Annie gostava da sensação de ser amada e querida. Tivera poucos momentos assim na sua infância e na sua adolescência.
Tudo pertencia ao passado. Poderiam resgatar o que aparentemente se desintegrara no relacionamento.
Passou por uma janela ampla e foi para o terraço. Ele estava de pé, distante; mal podia avistar a sua figura escura contra o negro céu de Dezembro.
A noite estava fria e sem estrelas. Um vento gelado e inesperado impediu-a de ficar ali de pé. Subitamente, foi assaltada por segundos pensamentos.
Susteve a respiração e, com a saia escarlate a esvoaçar, correu pelo terraço e atirou-se para os braços de Rupert.
Daniel Faber saiu para o terraço, metendo as mãos nos bolsos das calças. Caminhou até à extremidade mais distante do terraço.
Precisava de sair daquela sala. Era indubitavelmente elegante, mas também abafada e lotada. A noite fria de Dezembro acolheu-o e acalmou-o.
Respirou profundamente e ajeitou os ombros largos do casaco soberbamente cortado. Começou a relaxar-se.
Talvez a sua ausência ajudasse os convidados a descontraírem-se e a divertirem-se. Não era fácil relaxarem-se, quando o executivo superintendente estava por perto. Especialmente por não poderem expressar abertamente as suas opiniões na presença dele.
Estavam todos ansiosos por saber quem seria promovido à posição vaga de chefia, quando Edward Ker finalmente se aposentasse no início do ano seguinte.
Os únicos profissionais viáveis eram Rupert Glover e Andrew Makepeace. Glover, sentia ele, tinha um instinto apurado e uma ficha impecável no banco.
Makepeace, no entanto, era mais estável, empenhado no trabalho e, tão importante quanto isso, dedicado à esposa de rosto roliço e às duas crianças pequenas. Homens com família constituída eram, por norma geral, empregados mais comprometidos com a empresa.
Glover era diferente. Até bem recentemente, era conhecido como um mulherengo. Uma sucessão interminável de bonequinhas de cabeça vazia passara pela sua cama. Mas, há poucos meses, anunciara o seu noivado, surpreendendo todos.
Daniel insistia em manter-se a par das novidades, conversando com frequência com a sua equipa. Soubera que Rupert dera um anel de noivado a Annie, pois fora a única maneira de levar a rapariga em questão para a cama. E diziam as más línguas que o noivado, com muita sorte, duraria uma semana.
Mas já durava há três meses. Pelos vistos, Glover decidira finalmente acalmar as suas hormonas. E, ao ver a noiva em questão naquela noite, Daniel compreendera o motivo.
Glover não a tinha apresentado, mas Daniel fizera algumas perguntas e descobrira que a deslumbrante rapariga de vermelho, de pé como uma deusa oriental, era a noiva.
Aqueles cabelos eram maravilhosos… Era uma pena que ela tivesse tentado, sem êxito, amarrá-los num carrapito. Os lábios, da mesma cor que o vestido, contrastavam com o azul dos olhos.
A figura voluptuosa parecia flutuar com aquele vestido ousado e sensual. Uma combinação capaz de fazer qualquer homem de sangue quente pensar em noites de paixão e numa casa cheia de bebés.
Sorriu tristemente diante dos seus pensamentos luxuriosos. Com tal mulher como esposa, Glover manter-se-ia na linha e os empecilhos para a sua promoção diminuíram.
Talvez estivesse na altura de Daniel seguir as suas próprias regras, de se acomodar e pensar em ter a sua própria família. Já tinha trinta e seis anos, já estava na altura. Certamente faria os seus pais felizes. O problema era que ainda tinha que encontrar a mulher com a qual suportaria passar o resto da sua vida.
O ar frio penetrava na sua roupa, gelando-lhe a pele. Daria aos convidados de Ker mais vinte minutos e depois retirar-se-ia. E, se conseguisse aproximar-se da tal noiva sem ter uma síncope, apresentar-se-ia e descobriria se a sua voz era tão suave e excitante quanto a sua aparência.
Daniel virou-se e, de repente, estacou.
Mal iluminada pela luz proveniente das janelas, a noiva encantada fazia uma pausa, a brisa fria levantando-lhe a saia e descobrindo mais daquelas pernas intermináveis e bem torneadas. Um vento mais forte deixou antever um pouco da lingerie, também ela vermelha.
Daniel sentiu o desejo manifestar-se imediatamente. Tentou controlá-lo. Respirou fundo, troçando de si mesmo. Como controlar-se diante da visão de um par de pernas maravilhosas?
O vermelho era a cor do perigo.
O quão perigoso era estava ainda por descobrir. Aqueles delicados pés, presos nuns sapatos de salto alto, correram na sua direcção e, em instantes, tinha um corpo curvilíneo nos braços.
Tudo pareceu explodir na noite escura num sussurrar de seda, numa nuvem de perfume almiscarado, numa aura de cabelos dourados e num corpo suave premido de encontro ao seu.
Uma proximidade deliciosa e insistente fê-lo retroceder alguns passos, procurando equilíbrio para segurar a rapariga. A sua cabeça girava, os sentidos estavam atarantados.
Daniel podia sentir o pulso dela acelerado através do subir e descer dos seios sedutores tão voluptuosamente próximos da firmeza do seu peito.
Sentiu um calor súbito. Os seus músculos enrijeceram-se e o seu autocontrolo esmoreceu, conforme uns braços macios lhe circundavam o pescoço e lhe puxavam a cabeça para baixo.
Ele não precisava de mais nenhum incentivo. Quando os seus lábios mergulharam na maciez da boca sedutora, o instinto bateu à porta da sua mente numa rude lembrança de que aquela era a mulher de Glover.
O beijo, o contacto febril, a subtil exploração e a receptividade dos lábios dela eram quase irresistíveis. Umas mãos pequenas acariciavam-lhe as costas e as de Daniel moveram-se instintivamente sobre as curvas gloriosas e suaves dos seios.
A sua mente parecia explodir em diversos matizes de luz.
Aquela era uma mulher primitiva, indomada. E Daniel queria-a, naquele momento, mais e mais.
O movimento sinuoso do corpo feminino contra o seu fê-lo estremecer de desespero diante do próprio desejo. Quando ouviu um gemido assustado, tentou recuperar o autocontrolo, mas ainda assim prosseguiu alguns segundos acariciando-a, enquanto lutava contra a urgência de domar as suas hormonas.
As pequenas mãos empurravam-lhe com determinação o peito e um brilho parecido com o do luar dissipou a nuvem que o mantinha enfeitiçado. Leu o seu olhar de compreensão e espanto.
Por um momento, o corpo dela estremeceu-lhe nos braços, depois virou-se e afastou-se tão rapidamente quanto viera, deixando-o passar os dez minutos seguintes a lutar por se recompor, castigando-se amargamente por ter sido tão tolo.
Trinta e seis anos e reagia ao primeiro abraço como um adolescente de dezasseis anos.
Mas, longe de invejar o jovem Glover pela sua escolha da futura esposa, tinha pena dele. O que pensava ela?
Ofereceu-lhe o contacto com o corpo deslumbrante na esperança de que com tal atitude o convencesse a promover o seu noivo a chefe de departamento? Acreditaria que esse seria o pagamento por se ter entregue?
O indisfarçável olhar de espanto naqueles olhos adoráveis significara que ambos se tinham aproximado de um ponto onde não havia retorno.
Uma coisa era certa: ela sentira-se pronta para se entregar a Daniel, sem dúvida alguma. A experiência dele não era vasta, mas reconhecia os sinais.
Será que a futura esposa de Rupert Glover se arrependera realmente daquele encontro, mesmo depois de o ter provocado bastante? Planearia algo mais para o convencer a promover o seu futuro marido em prol do rival?
Como tinha pena do pobre rapaz!