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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2002 Tonya Wood

© 2019 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Coração oculto, n.º 510 - janeiro 2019

Título original: The Sheriff & The Amnesiac

Publicado originalmente por Harlequin Enterprises, Ltd.

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.

Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-1307-612-6

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Créditos

Capítulo Um

Capítulo Dois

Capítulo Três

Capítulo Quatro

Capítulo Cinco

Capítulo Seis

Capítulo Sete

Capítulo Oito

Capítulo Nove

Capítulo Dez

Capítulo Onze

Epílogo

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Capítulo Um

 

 

 

 

 

Jenny Kyle estava com um problema. Um problema pequeno, mas não podia permitir que a pressionassem. Ainda para mais se não tinha culpa de nada.

Por sorte, era uma pessoa optimista. Assim que esclarecesse tudo com o poderoso braço da lei, ir-se-ia embora daquela cidade hostil, de nome tão estranho: Bridal Veil Falls. Então, a questão seria apenas uma lembrança. Um telefonema para o advogado, o bom e querido doutor Dearbourne, resolveria tudo.

Jenny não era nenhuma criminosa, pelo menos, uma criminosa intencional. Fora pura falta de sorte ter perdido a sua carteira com o dinheiro e os cartões de crédito. Não tinha a menor dúvida de que ouviria um belo sermão do advogado pela sua decisão de atravessar o país de mota.

– Aí vêm eles – a empregada apontou o dedo para a janela e depois para Jenny. – Você está em maus lençóis!

Jenny virou-se para ver a reluzente viatura preta da polícia que estava a estacionar à frente do estabelecimento. Sentiu uma pontada na cabeça e as mãos começaram a suar.

A porta abriu-se e um par de botas pisou o chão. Jenny esperava por uma alma bondosa, alguém que, depois de dizer «Que parvoíce!», se risse daquele terrível mal entendido.

Em vez disso, viu-se diante do vingador de Bridal Veil Falls. Alto, ombros largos, abdómen recto e ameaçador no uniforme bege. Quase não se via o seu rosto. Usava um chapéu de cowboy e óculos escuros. Jenny nunca vira maxilares tão simétricos, nem um queixo tão intimidante. Os lábios finos pareciam esculpidos em mármore!

Escondeu a cabeça nos braços cruzados sobre a mesa.

– Hoje não é o meu dia!

A porta abriu-se e fechou-se. Jenny ouviu o som de passadas vagarosas, regulares, cada vez mais próximas… até pararem. Não queria olhar.

– É esta aqui? – soou a voz grave, num tom impessoal.

Não havia nenhum sinal de cordialidade no sotaque regional. O optimismo de Jenny desapareceu como água na areia. Perguntava-se que idade teria quando conseguisse sair da cadeia.

A empregada contou toda a história, desde o início, finalizando o relato com desdém.

– O mais engraçado, xerife, é que ela só notou a falta da carteira depois de ter comido por dez pessoas!

– Protesto! – Jenny olhou para a empregada. Não se atrevia a olhar para o xerife Tyler Cook. – Comi uma refeição muito bem servida. Experimente conduzir uma mota durante oito horas só para saber o que é ficar faminto!

– Aquela Harley que está lá fora é sua? – quis saber o xerife.

Jenny respirou fundo, antes de se obrigar a enfrentar os olhos dele, escondidos pelos óculos escuros.

– Talvez. A esta altura, nem sei se é melhor confirmar ou negar, só para não ser acusada de mais nada.

Durante um longo e desconfortável momento, ele não disse nada. Assim, de perto, Jenny percebeu a covinha no queixo dele. Os maxilares eram moldados com perfeição, o nariz recto, a postura irrepreensível. Devia ser verdade o que diziam sobre os benefícios do ar puro do campo.

O vingador assobiou.

– O que é que você sabe?

Jenny franziu o sobrolho, sem perceber nada. Aquilo só podia ser uma armadilha para obrigá-la a admitir algo.

– Não sei do que é que está a falar, mas eu não fiz nada de mal. Sou apenas uma viajante inocente, que teve a infelicidade de perder a carteira. Acredite, eu teria passado por esta terra sem parar, se soubesse que o povo daqui era tão paranóico e amargo.

Os lábios dele curvaram-se num sorriso quase imperceptível.

– No momento em que vi os seus cabelos ruivos soube que estava a arranjar uma grande encrenca.

Jenny encarou-o. Depois, limpou as migalhas de tortilha das calças de ganga e levantou-se. Chegara a hora de assumir outra atitude. Sentada, sentia-se em grande desvantagem.

Ainda assim, faltava muito para ficar da altura dele. Se o xerife esticasse o braço, roçaria directamente nos seus cabelos anelados.

– Vamos tentar esclarecer a questão. Eu estava com fome e decidi parar para comer. Antes que tivesse tempo de me defender, fui acusada de todos os tipos de coisas que não fiz. Pelo menos, não de propósito. Não sou nenhuma criminosa que viaja de cidade em cidade de mota a falcatruar restaurantes mexicanos… – Jenny fulminou a empregada com um olhar feroz. – A despeito do que ela parece pensar. E vou dizer-lhe mais uma coisa.

– Oh, céus! Ela ainda não terminou!

– Este lugar já é um problema por si só. São todos muito hostis – Jenny fez uma pausa e acrescentou de má vontade: – Bem, nem todos. Aquela senhora de cabelos brancos, ali ao canto, foi muito simpática. Veja como está a sorrir para mim. Gostei dela, mas mesmo assim não vejo a hora de me ir embora daqui.

Ouvindo a conversa, a referida senhora acenou para o xerife.

– Olá. Estás muito bonito de chapéu novo.

– Sempre bem-falante, Anna – Tyler olhou para a empregada. – Tu não me disseste que a minha avó estava aqui, Sunny. Isso explica muitas coisas, se é que me entendes.

O xerife tirou os óculos escuros, girando-os em pequenos círculos. Os olhos azuis que encararam Jenny eram luminosos e penetrantes, realçados pelo bronzeado da pele. Muito mais bonitos do que ela imaginara. E muito mais humanos.

– Eu sou o xerife Cook, mas pode chamar-me Tyler. Está a ver como esta é uma cidade amistosa? Portanto, não precisa de se preocupar. Agora, faça-me o favor de ficar quieta aqui durante um minuto… se for capaz. Sunny, há quanto tempo Anna está aqui?

– Bem… quase a tarde toda – Sunny parecia hesitante. – Não imaginava… bem, o doutor Wetzel disse que ela estava melhor.

– Alguma coisa me diz que a minha avó teve uma recaída. Ela parece tão feliz!

Jenny bateu com a mão na testa.

– O que é que está a acontecer aqui? Estou a enlouquecer? Ou são todos loucos, menos eu? Por que é que não me deixa sair e procurar a minha carteira? O que é que aquela adorável criatura tem a ver com isto?

– Nunca faz o que lhe pedem, rapariga? Eu pedi-lhe para ficar quieta.

– Eu não tenho que me calar, xerife. Já tenho muitos problemas de qualquer maneira. O que é que vai fazer? Prender-me por usar em demasia o seu oxigénio?

Tyler empurrou o chapéu, revelando uma franja de cabelos cor de mel.

– Olhe, a sua atitude é péssima. Já adivinhei que o seu nome do meio é Problema. Importa-se de me dizer o primeiro nome e o sobrenome?

– Jenny Maria Kyle – respondeu, olhando para ele, com uma sobrancelha arqueada numa expressão de desafio.

– Tem o direito de permanecer calada, Jenny Problema Kyle – Tyler dobrou as hastes dos óculos e guardou-os no bolso da camisa. – Aproveite esse direito, enquanto eu vou até ali trocar algumas palavras com Anna.

Jenny reagiu de pronto.

– Ela não fez nada… Hum!

Tyler pressionava os dedos com firmeza nos lábios dela.

– Quieta!

Os olhos de Jenny estreitaram-se. Da cabeça aos pés, todo o seu corpo estremeceu ao toque. Sunny riu-se, divertida com a situação.

– Grande rapariga! – Tyler afastou os dedos, vagarosamente, preparado para silenciá-la novamente, se fosse preciso. – Agora, sente-se.

– Estou muito bem de pé.

Tyler devia ter ficado furioso. A intenção de Jenny era, afinal, enfurecê-lo. Mas os lábios dele abriram-se num sorriso que, noutras circunstâncias, ela teria considerado encantador.

– Problema… – resmungou ele, suavemente, afastando-se.

Jenny não fazia ideia do que o xerife estava a dizer à pobre velhinha sentada à mesa do canto. Eles estavam a conversar baixinho e, por mais que aguçasse a audição, Jenny não conseguia ouvir nada. Também não podia ver a expressão de Anna, uma vez que os ombros largos de Tyler a impediam. Só podia esperar, mordiscando o lábio inferior.

Entretanto, quando Tyler voltou, o queixo de Jenny estava erguido e os dedos trémulos, escondidos nos bolsos das calças. Ela não lhe daria a satisfação de saber que a fazia tremer. Não fizera nada de mal e não agiria como se o tivesse feito.

Ignorando-a, Tyler chamou Sunny à parte e segredou-lhe ao ouvido. Assentindo, a empregada correu para o telefone e fez um telefonema.

– Não creio que me vá explicar o que é que está a acontecer, pois não? – perguntou Jenny. – Ei, espere! Já sei! Vai prender aquela senhora só porque foi gentil comigo. Que crime hediondo cometeu ela!

– Rapariga, está mesmo com problemas. Penso que alguns anos de cadeia lhe vão fazer muito bem.

De olhos arregalados, Jenny olhou para ele com uma expressão vulnerável.

– Alguns anos? Cadeia? O que é isto, afinal? Um filme de terror?

– E não vejo sinal nenhum de remorsos pelos crimes que cometeu. Isso não é nada bom para si.

– Como assim?! Eu só perdi a minha carteira!

– Como lhe disse, uma péssima atitude – Tyler suspirou. – O juiz Curry não aprecia pessoas rebeldes. Também não gosta de quem anda de mota. No último Quatro de Julho, um grupo de motoqueiros invadiu a nossa cidade mesmo à hora do desfile. Derrubaram cercas e atropelaram o buldogue do juiz. O pobre do cão estava vestido de acordo com a ocasião, de azul, vermelho e branco, e de cartola. Foi uma confusão terrível!

Jenny sentou-se e escondeu o rosto com as mãos.

– Que maravilha! Pode prender-me. Prenda-me e acabe de uma vez por todas com a minha miséria.

– É claro que o juiz costuma ser mais condescendente com as mulheres. Você pode sair em liberdade daqui a um ano, ou menos até, por bom comportamento. Por acaso não pratica karaté?

Ela encarou-o.

– O quê?

Karaté. Defesa pessoal ou qualquer coisa parecida. Acredite ou não, as prisões femininas são tão ou mais violentas do que as masculinas. Seria bom recapitular os golpes que aprendeu.

– Acha mesmo que estou a acreditar nesta conversa?

Tyler sorriu, empurrando mais um pouco o chapéu para trás.

– Não estou preocupado se acredita ou não, Problema. Há alguém que queira avisar, antes de ser presa?

Jenny empalideceu.

– Tem direito a um telefonema. Gostaria de falar com o seu pobre marido, que Deus o proteja?

– Você tem um invejável sentido de humor, xerife. Se eu fosse casada, seria parva se gastasse o meu único telefonema para falar com ele, em vez de chamar o meu advogado.

Tyler encolheu os ombros.

– Está bem. Ah, tenho uma coisa para si! Com tanto entusiasmo por prender uma criminosa tão perigosa, já me ia esquecendo – tirou algo do bolso traseiro e atirou-o para cima da mesa. – Conhece isto?

Jenny olhou para a carteira verde.

– Onde é que a encontrou?

– A bem da verdade, Anna entregou-ma. Ela pediu-me para lhe dizer que os seus cabelos são bonitos e que espera não lhe ter causado muitos transtornos. É uma doce velhinha, mas tem a péssima mania de se apoderar daquilo que não lhe pertence.

Jenny sentiu-se como se estivesse dentro de um remoinho. Olhou para a senhora absorvida no seu croché. Depois, voltou o seu olhar furioso para o xerife malvado. Bateu com os punhos no tampo da mesa com tanta força que a carteira quase caiu ao chão.

– Miserável! Você sabia, durante este tempo todo, que Anna me tinha roubado a carteira, mas, mesmo assim, fez-me pensar que…

– Protesto! – interrompeu-a, fingindo-se de inocente. – Eu não a fiz pensar nada. Além disso, Anna não é uma ladra. Costuma pegar em objectos emprestados em momentos de excessivo entusiasmo. Mas acaba sempre por devolvê-los, mais cedo ou mais tarde. Acreditávamos que estivesse curada. Porém, vejo que temos de mantê-la sob vigilância.

A fúria de Jenny não diminuiu com a explicação.

– Você torturou-me, ao falar da violência das prisões femininas e de cães mortos. Pretendia pôr-me atrás das grades. Eu devia processá-lo!

Os olhos do xerife brilharam.

– O cão não morreu. Foi apenas projectado alguns metros pela rua, estragando dessa forma o chapéu. A propósito, sou o único polícia da cidade e não poderia mandar prender-me a mim mesmo. Imagine como seria complicado colocar as algemas nos meus próprios pulsos!

Jenny cerrou os dentes.

– Eu ajudá-lo-ia.

– Acalme-se, rapariga. Estava apenas a dar-lhe uma lição. Você precisava de uma lição.

Jenny ergueu-se de um salto.

– A vítima aqui sou eu, xerife! A minha única culpa foi ter tido um dia cansativo. Lutei com aquela mota durante horas e estou exausta. Quando parei aqui, só queria comida e um quarto para descansar. Gaita! De repente, antes de me aperceber do que estava a acontecer, passei a ser tratada como inimiga pública número um!

Passaram-se alguns segundos antes de Tyler dizer.

– Então, admite que teve alguns problemas para controlar aquele monstro estacionado lá fora?

Jenny estava por demais zangada para ter cautela.

– Ora! Aquela mota está possuída pelo demónio! Tenho sorte por ainda estar viva.

Tyler ficou sério.

– Eu sei como é. Sei algumas coisas sobre motas. Aquela Harley é demais para si…

Jenny abriu a carteira e atirou uma nota de vinte dólares para cima da mesa.

– Pronto. A minha carreira de criminosa termina aqui.

– E que bela carreira!

– E agora, por mais engraçada que tenha sido a experiência, sinto que está na hora de voltar à estrada. Com licença, xerife.

Tyler bloqueou-lhe a passagem. No fundo dos olhos dele, via-se uma inconfundível mistura de divertimento e simpatia. Os olhares encontraram-se e Tyler alisou o queixo de uma maneira indolente.

– Analisemos a sua frase: «Está na hora de voltar à estrada». Já parou para pensar que, se fizer isso, a esta hora, montada na sua mota maluca, as probabilidades de ter um acidente são enormes?

– Agradeço, mas dispenso a sua preocupação. Tenho muita prática a cuidar de mim mesma. Sendo assim, estou ou não livre para ir?

Tyler tirou uma embalagem de pastilhas do bolso, abriu-a e levou-a à boca, como se tivesse todo o tempo do mundo.

– Acho que não costuma raciocinar muito quando se trata de bom senso, pois não? Receio não poder permitir que você e a sua mota sigam viagem com a pouca luminosidade que há. Seria uma boa ideia esperar até amanhã de manhã. Assim, os outros motoristas terão mais hipóteses de sobreviver.

Irritava-a o facto de Tyler estar tão próximo, confinando-a, como se ele não tivesse mais nada para fazer, excepto dificultar-lhe a vida.

– Ainda não escureceu, xerife.

– Pior. Está a começar a anoitecer. Acontecem mais acidentes no crepúsculo do que noutros momentos. Isto é um facto documentado.

– Bem, documente isso, mas eu tenho mais do que fazer e você está a prender-me aqui.

– Pois. Parece ser uma rapariga aventureira… Por que é que não tenta algo diferente? Seja sensata.

– Eu não sou a única insensata aqui. Vai deixar-me sair ou não?

– Meu Deus, não!

– Xerife Cook, estamos num país livre e portanto não pode impedir-me de seguir viagem.

Tyler esboçou um largo sorriso.

– Importa-se de me mostrar a sua carta de condução de motociclista? Apenas para ter a certeza de que está tudo em ordem.

Silêncio.

– A minha quê?

– A sua carta de condução de motociclista.

– Eu tenho carta de condução…

– De motociclista.

Jenny fechou os olhos e contou até dez.

– Ainda não tive tempo de a tirar. Comprei a Harley há apenas dois dias. Tratarei disso, quando voltar a casa.

– Nada feito. Receio que tenha de a prender.

– Vai prender-me? Porquê? Por me ter esquecido de tirar a carta de motociclista? Isso é crime por aqui?

– Muito grave. Muito grave…

Jenny atirou os cabelos para trás.

– Está a querer assustar-me outra vez! Vai levar-me para a cadeia por um simples descuido? Isso é o que eu quero ver!

Tudo aconteceu tão rapidamente que Jenny não teve tempo sequer para se assustar. As mãos dele movimentaram-se numa habilidade impressionante sobre as dela. Um brilho prateado e um clique. Estava algemada!

– Tem o direito de permanecer calada.

– O quê?! Que brincadeira é esta? Não pode obrigar-me a ficar aqui e sabe muito bem disso, xerife. Posso processá-lo por abuso de autoridade. Posso…

– Já sei. Pode fazer com que eu perca o meu emprego. Vai começar tudo outra vez. Você tem o direito a…

– Se pensa que vai assustar-me só porque usa um distintivo, saiba que…

Jenny não terminou a frase. Quando deu por si, tinha sido suspensa no ar e colocada no ombro de Tyler, como se fosse um saco de batatas. A única coisa que conseguia ver era o chão vermelho e branco.

– As mulheres nunca sabem aproveitar o direito de permanecerem em silêncio – Tyler Cook pôs-se a caminhar, prendendo-a firmemente pelas pernas com o braço. – Nem sei por que é que ainda me incomodo a recitar esta parte.